Você já sentou com uma pessoa negra para ouvir a história que ela/ele têm para contar? Este projeto tem como objetivo destacar os expoentes negros do município de Juiz de Fora e legar exemplos positivos de sucesso de pessoas pretas para as futuras gerações. A reportagem #001 foi sobre Carina Dantas, a #002 Antônio Carlos, #003 Geraldeli Rofino, a #004 Sérgio Félix, a #005 Fernando Eliotério, a #006 Maurício Oliveira, a #007 Ademir Fernandes, a #008 Gilmara Mariosa, a #009 Batista Coqueiral, a #010 Cátia Rosa, a #011 Eliane Moreira, a #012 Antônio Carlos da Hora, a #013 Ana Paula Torquato, a #014 Alessandra Benony, a #015 Sil Andrade, a #016 Joubertt Telles, a #017 Edinho Negresco, a #018 Denilson Bento, a #019 Digo Alves, a #020 Suely Gervásio, a #021 Tânia Black, a #022 Jucelio Maria e agora é a vez de Robson Marques.
Por Alexandre Müller Hill Maestrini
Robson Luiz Marques da Silva nasceu em 11.02.1979, no Bairro Jardim Esperança, zona sudeste, periferia de Juiz de Fora – MG. Seu pai Luiz Roberto da Silva, nasceu em 1953 e sempre sofreu por ser negro: “com seis anos de idade ele já tinha que trabalhar duro lá no sítio em Caeté, Distrito de Juiz de Fora, para ajudar a minha avó que lavava roupa pra fora”, recordou Robson das histórias do pai. As poucas fotos de infância de Robson é consequência clara da falta de recursos financeiros dos pais que: “as vezes até compravam um filme de 36 poses e tiravam foto, mas quando tinha dinheiro pra revelar já era tarde, as fotos estavam estragadas”, assim aconteceu um apagamento por falta de recursos, comparado com famílias brancas e com dinheiro que tem cada passo do bebê documentado. Na foto abaixo vemos uma das raras imagens do pai de Robson entrando de acompanhante na Catedral Metropolitana de Juiz de Fora, em 1977 sua irmã Maria Emília, que se formou como Técnica em Contabilidade no Colégio Cézas. Esta foto abaixo foi tirada pouco antes do pai ter sofrido acidente em São Paulo.
Depois que saiu do exército, Luiz Roberto em busca de melhores condições de vida em São Paulo, acabou indo morar com a irmã Maria Cirene. Por coincidência da vida, a mulher que dividia apartamento com a irmã se tornaria a futura esposa, Eliana Marques da Silva, futura mãe de Robson, que era bancária do Banco Itaú em São Paulo. Na capital paulista o pai de Robson trabalhava de eletricista de alta-tensão na Light, a São Paulo Tramway, Light and Power Company era uma empresa canadense que se estabeleceu em São Paulo. Infelizmente com apenas 25 anos Luiz Roberto sofreu um acidente de trabalho e perdeu a visão de um olho por perfuração: “ele ficou revoltado, pois sonhava em ter uma família e com a deficiência como sustentaria os filhos”? Como na época a justiça do trabalho era incipiente, a companhia queria colocá-lo como porteiro: “mas meu pai ficou revoltado, pediu as contas e se mudaram para Juiz de Fora sem indenização e sem nada”.
Robson contou que a bisavó paterna Silvia Rosa Rofino era parteira no distrito de Caeté, em Juiz de Fora – MG: “meus antepassados levaram uma vida de muita luta e muita garra”. Já sua avó materna Benedita Marques Ferreira é natural de São Paulo capital, onde Eliana Marques da Silva, a mãe de Robson, nasceu: “meu avô materno chegou a registrar a filha, minha mãe, mas faleceu quando Eliana estava com somente três dias de idade”. Com nove anos de idade a mãe de Robson ficou órfã completa e passou a ser criada pelas primas: “ela recebia os cuidados, mas passou a ter que fazer todo o trabalho doméstico”, lamentou o sofrimento da mãe ainda criança. Pelo lado paterno: “só sei que minha avó paterna Isaura Rosa da Silva era lavadeira”.
Quando chegaram em Juiz de Fora, o pai de Robson foi trabalhar em obras e uma delas foi a canalização da Avenida Independência: “ele contava que com somente um olho a vida era muito difícil”. Em fevereiro de 1979 nasceu o primeiro filho Robson Luiz Marques da Silva e em seguida a segunda filha Simone e depois Sibele: “me lembro que morávamos embaixo da casa da minha avó no Jardim Esperança”. Já com três filhos, o pai de Robson começou a se envolver na luta por melhores condições de vida do bairro Jardim Esperança: “junto com minhas tias Maria Emília e Maria Cirene eles começaram a luta para que a prefeitura encampasse o antigo ginásio”, onde funcionava a Escola Municipal Olinda de Paula Magalhães, mas não ofereciam da 5a a 8a séries. Para isso era preciso pagar meio salário-mínimo para a Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC), uma rede de educação presente em diversos municípios brasileiros, mas que funcionava no mesmo local da E.M.O.P.M.: “meu pai queria que a prefeitura assumisse a escola e a tornasse gratuita”. Robson teve a oportunidade de presenciar e acompanhar o pai organizando abaixo-assinados, visitando lideranças partidárias e comunitárias e conseguiu retirar a CNEC da Escola Municipal: “me lembro rodando com minhas tias pelos bairros Jardim Esperança, Caeté, Retiro, Floresta e colhendo assinaturas”. Não conseguiram a escola, mas conseguiram junto ao secretário de educação que fosse estabelecida uma escola estadual na comunidade. Em mutirões organizados e encabeçados pela família de Robson e outras lideranças, alugaram um galpão, construindo neste espaço salas de aulas, no entanto quando tudo estava quase pronto, em 1989 o prefeito Carlos Alberto Bejani garantiu o ensino de 5a a 8a série na Escola Municipal Olinda de Paula Magalhães: “e foi aí que eu entrei em 1990 para a quinta série e estudei até a oitava série”.
Vindo de família de negros e engajados nos movimentos sociais, a questão da cor sempre esteve presente em sua vida: “minha avó sempre empenhada também no movimento católico do nosso bairro”. Na foto acima da esquerda: “eu ainda pequeno acompanhando minha avó Isaura e a senhora Leonidia no mutirão de construção da Igreja São Sebastião no Bairro Jardim Esperança”. Em 1993 Robson se formou e já tinha dentro de si a vontade de construir um mundo diferente e melhor para as pessoas em situações de vulnerabilidade social. Mas ele queria mesmo é estudar e viu a possibilidade de fazer o processo seletivo do Curso Técnico Universitário de Juiz de Fora (CTU). Para estudar para o concurso Robson pediu livros emprestados para a professora da escola do bairro e estudou sozinho. Mas o pai achava que como menino negro e pobre Robson precisava de uma profissão e conseguiu para ele uma vaga de aprendiz de marceneiro no próprio bairro: “assim comecei a trabalhar de dia até 13 horas e depois estudava até a noite”. Vitória para o menino que passou para o curso de Técnico em Informática Industrial no CTU, que na época funcionava provisoriamente no prédio da antiga Faculdade de Odontologia, na Rua Espírito Santo. Ele se lembra que: “é claro que tive que estudar no período noturno, pois tinha que continuar a trabalhar como a maioria das pessoas oriundas da periferia”. O Ensino Médio, 2º grau, ele cursou de 1994 até 1997 no CTU. Nessa época o jovem Robson já era apaixonado pelo pagode e começou no grupo de jovens do Jardim Esperança chamado “Mania de Pagode”. Sua rotina mudou, pois estudava e trabalhava a semana inteira. Já nas sextas e sábados era pagode: “foi com o dinheiro do pagode e da marcenaria que eu conseguia pagar as passagens de ônibus para não ter que ir estudar caminhando”, lembrou.
O tempo passou e já era hora de Robson fazer um estágio, em 1994 ele saiu da marcenaria e foi trabalhar numa empresa no centro da cidade, mas o valor que recebia era muito pouco: “as vezes não tinha dinheiro pra almoçar ou dinheiro para ir de ônibus”, lamentou as dificuldades. O que as vezes salvava o buraco no estômago de Robson era um caldo de mocotó que ele conseguia comprar por um real no Bar do Beco, na galeria próximo ao Cine-Teatro Central, no centro da cidade: “a sorte foi que como pagodeiro de um grupo maior – Laços de Amizade (vídeo acima) – eu passei a ter crédito e poderia comer e só pagar no final do mês”. Com apenas 15 anos (foto abaixo) Robson já conseguia um dinheirinho a mais, porém ele se lembrou de seus pais que diziam: “para nós homens pretos de periferia o caminho para vencer tinha que ser pelos estudos”. Outra alegria no ano de 1994 foi ter conhecido sua namorada Daniele Ferreira Marques: “era só felicidade no coração e minha vida ia tomando seu rumo”.
Quando chegou a época de ir para o exército em 1999, como Robson tinha o ensino médio completo, pode se inscrever para o curso de oficial temporário NPOR (Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva) , acabou servindo como aluno do NPOR no 4°GAC e com 20 anos fez o estágio preparatório, depois o estágio de instrução, mas infelizmente quando o estágio terminou ficou desempregado: “mas anjos aparecem na vida do pobre e uma tia pagou para mim o curso de Auxiliar Administrativo no SENAC”. Com o curso concluído, Robson espalhou seu currículo e foi contratado pela empresa Móveis Apolo no Bairro Teixeiras: “como comecei a gostar da contabilidade logo me inscrevi na Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC) no curso de Ciências contábeis”, agora já tinha namorada, trabalho e faculdade: “me lembro que as vezes tinha que trabalhar sábados e domingos”. Nesse ano de 1999, Robson passou por muitas turbulências no campo pessoal, por conta da depressão e alcoolismo do pai: “ele veio a falecer por problemas renais, logo após o falecimento da minha avó paterna”. Mas a bruxa estava solta e Robson perdeu um dos tios: “um baque muito grande para a família, perdemos três pessoas queridas e desestruturamos”, confessou. Foi nesse ano que sua namorada Daniele Marques, acolheu Robson e a família destruída emocionalmente para um natal.
Com tanta turbulência familiar, a vida profissional parecia ser um porto seguro: “consegui um estágio de dois anos no Banco Banespa (atual Santander)”. Na entrevista ele se lembra de ter falado uma frase que sempre escutava de seus pais e que marcou sua vida: “se eu não acreditar em mim, quem é que vai acreditar”. Essa frase foi a chave para ele conseguir o sonhado estágio. Nesse momento os ensinamentos dos ancestrais estavam sendo colocados em prática: “a importância de ter caráter, estudar e lutar pelo que se acredita”. Na verdade o estágio era para trabalhar na retaguarda, mas como era muito comunicativo, Robson começou a atender os clientes também, pois com a aquisição pelo Banco Santander muitos funcionários antigos saíram ou foram demitidos. Foram onze meses de estágio até que um amigo de faculdade que trabalhava no Banco Bradesco o chamou para uma entrevista e em 2002 lá estava Robson em mais um desafio.
Depois de muitos anos de namoro e noivado, em 2001 Daniele e Robson resolveram morar juntos e em 2002, ele e Daniele já esperavam ansiosos a chegada da primeira e única filha. No final de 2002 a vida privada deu grande alegria ao casal quando nasceu a filha Emanuelly Ferreira Marques Silva, de modo que posteriormente oficializaram a união do casal. Agora mais do que nunca: “eu sabia que precisava ganhar dinheiro, pois tinha um bebê para criar”, estava com apenas 22 anos de vida, mas acreditava que Deus exerceria sua bondade. O setor dos bancos estava em grande mudança e no início de 2003 o Banco Banespa-Santander precisava de um gerente e convidou Robson para uma entrevista e ele iniciou o trabalho já em janeiro de 2003. Com seu destaque no serviço, em breve Robson subiu para gerente para clientes de alta renda.
Mas as pressões dentro do banco eram fortes, com metas altas, demissões e baixas condições de trabalho: “com muita tristeza tive que trancar minha faculdade”, lamentou. Foram dois anos sem cursar faculdade e a sede de conhecimento de Robson era grande: “me matriculei na Faculdade de Ciências Contábeis do Machado Sobrinho no curso noturno pensando em completar meus estudos superiores”, mas por desentendimento Robson logo voltou para a UNIPAC. Como uma pessoa resiliente, Robson não se abatia com as quedas, mesmo com outra mudança nos planos, com a esposa desempregada teve que trancar a faculdade por falta de recursos para pagar a matéria TCC e formar: “tudo parecia inacreditável, estava quase com o diploma na mão”.
Por sorte do destino em 2006 Robson foi convidado para assumir a gerência de pessoas físicas do Banco Mercantil do Brasil. Neste ano ele que já estava envolvido no movimento social, entrou para a Associação dos Moradores do Bairro Jardim Esperança. Robson contou que a associação em defesa dos direitos sociais objetiva a defesa de causas relacionadas aos direitos humanos, direitos de grupos minoritários étnicos, assim como outros direitos difusos e coletivos. Robson estava trabalhando em prol de grupos socialmente desfavorecidos, seguindo os passos da família. Fizeram várias melhorias no bairro e Robson recebeu convite para ser o conselheiro consultivo de transportes do município de juiz de fora: “eu fui contra o aumento das passagens e fomos antidemocraticamente retirados da reunião”. Como Robson estava sempre de terno e gravata por causa do banco, saiu da reunião e se viu no meio de uma manifestação estudantil: “mão divina ou coincidência, o jornal Panorama me fotografou e eu fui parar no jornal”.
Foi criado um comitê contra o aumento das passagens de ônibus e Robson foi convidado. No comitê participavam entre outros representantes da CUT e coincidentemente era feito no sindicado dos bancários. As reuniões aconteciam duas a três vezes na semana e logo a diretoria do sindicato dos bancários chamou Robson para se unir a eles. Por convite do primo Geraldeli Rofino Robson se filiou ao PCdoB e em 2007 entrou para o Sindicato dos Bancários da Zona da Mata e Sul de Minas: “aprendi com os sindicalistas que a luta nas ruas eram importante”. Robson foi diretor de Formação Sindical da Gestão 2007-2010, sendo liberado para exercer atividade sindical exclusivamente a partir de maio de 2008. Em 2008 foi candidato a vereador pelo PCdoB: “com 1049 votos não consegui me eleger”, mas o banco vendo seu emprenho na luta pelos direitos dos trabalhadores liberou Robson para as funções sindicais.
Em 2010 Robson Marques, aos 31 anos, assumiu a presidência do sindicato, eleito para 2010-2013. A Chapa “Unidade, Ousadia e Luta” foi eleita com 98,9% dos votos válidos entre 2.500 trabalhadores e trabalhadoras de 22 cidades. Na função de presidente fez contato com a Faculdade de Serviço Social da UFJF para tentar entender cientificamente o que estava acontecendo no setor bancário: “eu queria entender a revolução que estava acontecendo no setor com os processos de fusão, o adoecimento da categoria e os comportamentos dentro dos bancos”. A professora Ana Livia de pronto encampou a ideia de Robson e montou um projeto de extensão associado ao SINTRAF-JF: “foi aqui que me motivei a voltar a estudar, fiz vestibular e comecei em 2010”.
Em 2012 Robson decidiu abrir somente uma matéria por semestre: “mas não parar mais”, confessou agora experiente. Mas era ano de eleições municipais e Robson novamente se candidatou a vereador pelo Partido dos Trabalhadores e conseguiu 1549 votos: “não consegui me eleger, mas a carreira sindical andava de vento em popa”. Em 2013 Robson Marques foi reeleito como presidente do Sindicato dos Bancários e construiu um trabalho brilhante. Ao mesmo tempo entre 2012 e 2013 fez pesquisa na UFJF sobre os trabalhadores bancários em empresas resultantes de fusão, onde estudou o caso do Santander no Município de Juiz de Fora – MG: “minha pesquisa foi realizada junto aos trabalhadores bancários do Banco Santander no ano de 2013, pois eu tinha o intuito de compreender quais foram os impactos do processo de fusão do referido banco na vida profissional e social de cada trabalhador”. Em 2016 com o trabalho no sindicato mais tranquilo, agora somente na diretoria de Imprensa e Marketing, Robson pode finalmente se graduar orientado pela Profª Drª Mariana Costa Carvalho em Serviço Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora com o trabalho “Saúde do trabalhador e sindicalismo: análise da categoria bancária inserida em bancos públicos no município de Juiz de Fora – MG”. Uma conquista extraordinária para o menino de periferia!
Na foto da direita abaixo, em 2018 Robson participou do Projeto CineFanon no Bairro Ipiranga realizado pela Associação Cultural CineFanon, um coletivo de artistas e educadores que trabalha para promover o debate e valorizar a cultura afro-brasileira, indígena, latina e LGBTQIA+. Trata-se de um projeto focado na promoção da cidadania, voltado para a defesa dos direitos humanos e da justiça social, por meio do cinema e das artes. O coletivo realiza eventos cinematográficos: “é um cineclube itinerante voltado para a exibição e discussão de filmes e documentários relacionados”, explicou Robson. Como Cinema da Perifa: “íamos nas periferias de JF para levar cultura e conversar sobre os desafios da população negra”. Na foto da esquerda abaixo, na manifestação contra o corte da verba de educação, Robson foi para as ruas com sua filha Emanuelly Marques, hoje com 20 anos e cursando o sexto período de Direito na UFJF: “uma mulher preta com consciência de classe e social como nossos antepassados”, explicou o pai orgulhoso.
Desde 2006 até hoje Robson vem publicando diversos artigos em jornais e nos Boletins dos Bancários, entre eles: "Minas mais Violenta", "45 anos do Golpe e a Crise Mundial", "Redução da Jornada começa a se torna realidade", "A vitória dos bancários", "Por que lutar?", "2010: mais um ano de conquistas para os trabalhadores", "Guerreiras de ontem, hoje e sempre", "Um sindicato para todos e todas", "Compromisso com os trabalhadores e a sociedade", "Eu lutei: Outro banco é preciso com pessoas em primeiro lugar", “O poder da mídia no sistema capitalista”, “A reestruturação produtiva e a tecnologia”, entre outros. Na foto abaixo na esquerda Robson com sua tia e madrinha Maria Cirene e com a tia Maria Emília. Na foto do meio Robson em seu elemento de paixão e alegria, o pagode. Na direita abaixo Robson em seu luxo e elegância como presidente do sindicato dos bancários.
Em 2020 Robson se candidatou a vereador pelo Partido dos Trabalhadores com um mandato coletivo e recebeu com 1069 votos. Não foi eleito, mas ficou diplomado como suplente de uma das cadeiras do PT na Câmara Municipal. Entre 2018 e 2020, mesmo com muito trabalho sindical e atividades sociais intensas, Robson estudou, pesquisou e concluiu seu Mestrado em Serviço Social na Universidade Federal de Juiz de Fora. E em plena pandemia apresentou sua tese de mestrado com o título “Trabalho bancário e saúde do trabalhador: análise das condições e relações de trabalho nos bancos públicos em Juiz de Fora – MG”. Na foto abaixo da esquerda vemos a felicidade de Robson em maio de 2021 após receber o resultado da Defesa da qualificação do Mestrado, na sua direita a orientadora Profª Drª Ana Lívia de Souza Coimbra e na sua esquerda a Profª Drª Ednéia Alves de Oliveira, uma das participantes da banca. Na foto da direita abaixo Robson Marques em outro grande momento da sua vida em 2016 quando graduou como Assistente Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora.
Robson ocupa desde 2021 a Secretaria Sindical do Partido dos Trabalhadores de Minas Gerais. Em 2021 Robson passou pelo processo de avaliação e foi aprovado no doutorado em Serviço Social na UFJF e vem até hoje se mantendo nos estudos: “meu objeto de estudo no doutorado é a categoria bancária, e desta forma estou focado no tema Saúde da categoria bancária, com perspectiva de concluir o meu doutorado em 2025”. No entanto a história familiar é mesmo de militância nas questões raciais, em 2022 Robson participou do Fórum de Debates Roza Cabinda: “o objetivo foi debater sobre a outorga da medalha de Mérito Comendador Henrique Halfeld à Rosa Cabinda e também aprofundar o conhecimento do passado do município”, comentou. Além disso os conselheiros do Fórum se reúnem com frequência para discutirem sobre os problemas que afligem a população negra de Juiz de Fora e do Brasil. Neste ano Robson foi também eleito para o Conselho Municipal de Saúde de Juiz de Fora para o Biênio 2022 a 2024 como conselheiro efetivo representando o Sindicato (SINTRAF/JF): “inicialmente aprofundamos o debate sobre o racismo estrutural e as dificuldades que a população negra enfrentam”.
Robson luta pela efetiva participação e representatividade negra dentro do setor bancário, ele escreveu alguns artigos e lembrou que: “por exemplo na Bahia onde 70% da população é negra, no setor bancário não existe 3% de negros contratados”. Ele chamou a atenção para o fato que: “nem em Juiz de Fora quando se entra nas agências bancárias raramente vê-se um homem ou mulher preta como bancário”. Mas pediu para que pensássemos que: “os negros no setor bancário estão relegados aos serviços terceirizados como limpeza, serviços gerais, no apoio e na segurança”. Ele apontou para outra triste realidade que cargos de gerência ocupados por negros são raríssimos: “eu sou um dos poucos casos e falo com conhecimento de causa”, comentou. Para piorar: “a realidade da mulher negra no setor bancário é ainda mais precária”, lamentou.
Para quem ainda não entendeu como Robson doa sua vida para os movimentos sindicais, na rua, nas reuniões e em manifestações (fotos acima). Em 2023 ele foi eleito para a tesouraria do Sindicato dos Bancários, e ainda se engajou na secretaria racial da CUT – Regional Zona da Mata. Ainda neste ano foi eleito diretor e Secretário de Políticas Sindicais da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas gerais – (FETRAFI/MG) para o Quadriênio 2023-2027. Engajamento de tirar o chapéu. Em 2023 o conselheiro municipal Robson participou da Mesa “Controle Social” na 11ª Conferência Municipal de Saúde, organizada em parceria entre a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e o Conselho Municipal de Saúde (CMS). Ainda neste ano na foto abaixo na direita com a prefeita Margarida Salomão e com Reginaldo Freitas atual presidente da CUT Zona da Mata na ocasião da conversa sobre projetos políticos para 2024.
Na foto da esquerda acima Robson em reunião da diretoria do Sindicato dos Bancários, que em agosto 2023 realizaram a chopada dos bancários celebrando o Dia dos Bancários na sede social Clube dos Bancários. Robson explicou que este evento já acontece desde 1993, organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Zona da Mata e Sul de Minas (SINTRAF/JF): “a Choppada dos Bancários é um momento muito importante de integração esperado por toda a categoria”.
Neste ano o presidente Watoíra Antônio de Oliveira e o Secretário-Geral Robson conseguiram reunir a prefeita Margarida Salomão, o deputado estadual Betão, muitos dirigentes, bancários e convidados para uma grande festa (foto acima). Quem ainda duvida das qualidades de mobilização e liderança de Robson? A resiliência dele é invejável para quem veio da periferia e ascendeu até chegar ao doutorado! Um caso de sucesso!
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