Sou Alexandre Müller Hill Maestrini, e a honestidade intelectual e a empatia são alguns dos primeiros passos para dar visibilidade para aqueles que a sociedade sempre tentou tornar invisíveis. Eu sempre fui criado no meio de brancos e com empregadas, faxineiras, serventes, limpadores, jardineiros, pintores, pedreiros, enfermeiros, cuidadores, capinadores, lixeiros, verdureiros, etc todos negros! Confesso que até meus 17 anos nada disso me incomodou: "pois eu achava normal". Tudo mudou quando fui morar fora no Rio de Janeiro e lá a separação era mais forte ainda.
Mas depois que fui morar na Europa: "voltava para visitar Juiz de Fora e percebi que aqui era muito negro", a cidade me saltava aos olhos. Quando voltei definitivo para o município em 2014 e comecei a pesquisar o fato de não encontrar negros em posições de destaque o incômodo foi minha inspiração. Não aceito mais que nos shoppings 99% sejam brancos e nos serviços subalternos 99% sejam negros ou afrodescendentes, misturados que sejam. Eu queria reverter esse quadro e pensei em um projeto que evidenciassem as qualidades e não ficasse falando da elite financeira e branca do Município que tem hoje mais de 50% de pessoas com afrodescendência.
Assim nasceu a série Nossas Riquezas Pretas de Juiz de Fora que vai virar um livro com várias edições. Então, você já sentou com uma pessoa negra para ouvir a história que ela ou ele têm para contar? Este aqui é o #NossasRiquezasPretasJF, um projeto antirracista do Instituto Autobahn que tem como objetivo destacar os expoentes negros do município de Juiz de Fora e legar exemplos positivos de sucesso de pessoas pretas para as futuras gerações. Iniciado em 2023 com o formato de coluna na RCWTV.
Acredito que só quando o país tiver equidade entre TODOS os cidadãos e cidadãs é que nos tornaremos realmente uma Nação, pois hoje somos ainda um dos países mais desiguais do mundo. E isso é o inaceitável para mim.
Sou o Alexandre Müller Hill Maestrini (currículo completo) autor de quatro livros: Cerveja, Alemães e Juiz de Fora, Franz Hill – Diário de um Imigrante Alemão, Lindolfo Hill – Um outro olhar para a esquerda e Arte Sutil. Hoje sou professor de alemão no Instituto Autobahn – Cultura Alemão de Juiz de Fora, formado em Educação Física UERJ, pós graduado em Gestão Esportiva pelo Comitê Olímpico Suíço, fui assessor especial do Gabinete do Prefeito de Belo Horizonte e integrante do Comitê Organizador da Copa do Mundo FIFA 2014. Vamos conversar sobre Nossas Riquezas Pretas de Juiz de Fora? #Compartilhe