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Domingo, 08 de Setembro de 2024
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Gilmara Santos – Uma Pedagoga contra o Silenciamento

Nossas Riquezas Pretas de Juiz de Fora #026

Alexandre Müller Hill Maestrini
Por Alexandre Müller Hill...
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Gilmara Santos – Uma Pedagoga contra o Silenciamento
Gilmara Cristina dos Santos
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Você já sentou com uma pessoa negra para ouvir a história que ela/ele têm para contar? Este projeto tem como objetivo destacar os expoentes negros do município de Juiz de Fora e legar exemplos positivos de sucesso de pessoas pretas para as futuras gerações. A reportagem #001 foi sobre Carina Dantas, a #002 foi com Antônio Carlos, a #003 com Geraldeli Rofino, a #004 Sérgio Félix, a #005 Fernando Eliotério, a #006 Maurício Oliveira, a #007 Ademir Fernandes, a #008 Gilmara Mariosa, a #009 Batista Coqueiral, a #010 Cátia Rosa, a #011 Eliane Moreira, a #012 Antônio Hora, a #013 Ana Torquato, a #014 Alessandra Benony, a #015 Sil Andrade, a #016 Joubertt Telles, a #017 Edinho Negresco, a #018 Denilson Bento, a #019 Digo Alves, a #020 Suely Gervásio, a #021 Tânia Black, a #022 Jucelio Maria, a #023 Robson Marques, a #024 Lucimar Brasil, a #025 Dagna Costa e agora é a vez de Gilmara Santos.

Por Alexandre Müller Hill Maestrini

Gilmara Cristina dos Santos, mais conhecida como Negra Gil, nasceu em 26.01.1974 no Bairro São Mateus, em Juiz de Fora – MG. A mãe Izabel Marcolina dos Santos era lavadeira e, nascida em São Paulo, veio com a mãe para Juiz de Fora. Sem condições de criar a filha, Izabel foi colocada no orfanato Instituto Maria, uma fundação filantrópica e espírita: “minha mãe se tornou uma pessoa muito revoltada, acabou tendo uma filha que teve que dar para alguém criar e ficou amargurada”. Gilmara comentou que: “essas coisas são muito normal em uma sociedade pobre, sem instrução e sem políticas públicas adequadas”. Seguindo a vida, a mãe engravidou de novo e estava esperando Gilmara: “ela me contou que meu pai biológico não assumiu e a menina acabou sendo criada pelo pai adotivo Pedro Afonso dos Santos. Ele era pintor nascido e criado no Bairro São Mateus: “e se tornou meu pai; o melhor pai do mundo”, lembrou Gilmara com carinho do falecido pai. Mas “vim ao mundo numa típica família pobre e tive minhas dificuldades para estudar”. As histórias que Gilmara escutava da tia era que: “a avó colocava as filhas para pedirem esmolas e poderem levar mantimentos para casa”. Lamentou que era assim que os pobres iam sobrevivendo com muito sofrimento: “reflexo de tudo que o racismo provoca”. Uma das consequências é que: “minha mãe não se reconhece como negra e acredita que por conta dos ascendentes dela, que acha que são europeus e povos originários do Brasil”. Gilmara confessou que: “vivenciei essa questão do colorido ou pardo, que se tem um tom de pele mais claro ou um cabelo menos afro, eles não se enxergam como negros”. Como sua mãe estava em colégio interno, Gilmara se lembra de ter sido criado pela avó materna Maria da Conceição dos Santos e pela tia Geni de Lourdes dos Santos. Na foto abaixo Gilmara com a Tia Geni de óculos e a mãe Izabel de casaco vermelho.

Mesmo os pais sem muitas condições financeiras para cuidar dos cinco filhos, a menina Gilmara pode estudar na Escola Estadual Fernando Lobo, no próprio bairro: “mas diferente de muitos amiguinhos da escola eu desde os meus 10 anos de idade já trabalhava em casa de família como babá”. Gilmara nada sabe além da avó materna Maria da Conceição dos Santos e dos avós paternos Ruth Cândido dos Santos e Geraldo “Maninho” dos Santos: “minha mãe tem uma ascendência indígena e italiana, já o meu pai de criação descende de negros”. Gilmara comentou que não conheceu seu pai biológico: “do mesmo jeito que minha mãe também não conheceu o pai dela”, incrível. Comum nas famílias pobres, negras e periféricas, Gilmara não conseguiu reunir muitas fotografias de seu passado, as poucas que tem sobreviveram aos acontecimentos: “minha tia tinha alguma coisa, mas quando faleceu quase tudo se perdeu”, lamentou a perda do registro histórico de sua ancestralidade. Abaixo na esquerda sua avó materna e na direita sua avó paterna.

Logo que completou seus treze anos Gilmara passou a trabalhar como empregada doméstica e: “segui nessa vida até os 17 anos de idade, mas meu sonho sempre foi me tornar uma atriz”. Mas para seus pais isso seria quase impossível e não a apoiaram nesse sonho: “eles estavam mais preocupados em que eu uma menina preta e pobre sobrevivesse”, porém para ela o sonho era sair da vida de privações e ir morar no Rio de Janeiro – RJ. Queria seguir uma carreira de sucesso: “vivi a ilusão que no Rio eu iria me realizar e firmei nesse propósito”, lembrou do seu sonho de menina moça. Quase com dezoito anos, Gilmara teve a oportunidade de ir morar no Rio de Janeiro: “estava trabalhando numa casa e fui com eles para cuidar da filha”. O sonho parecia mais perto: “o combinado era eu cuidar menina até meio dia e depois eu poderia seguir meu sonho”, porém tudo parecia bom demais para ser verdade. Batalhadora, Gilmara se matriculou numa escola noturna para seguir o desejo dos pais de terminar a escola e nas tardes ela estava certa de seguir seu sonho: “tentei entrar para a escola de teatro Grupo Tablado, mas não consegui fazer o curso”. Vendo o sonho da jovem mais perto de ser realizado: “minha patroa arrumou uma Kizumba comigo, bagunçaram minha vida, ela mudou o horário de trabalho e eu não pude começar”.
Nas fotos abaixo, algumas cenas familiares que sobreviveram ao apagamento por falta de recursos financeiros para registrar a trajetória familiar. Abaixo na esquerda seu avô paterno, no meio na esquerda uma foto da mãe de Gilmara ainda jovem, na foto do meio e da direita Gilmara ainda criança com a professora Mônica na Escola Municipal Santa Catarina Labouré, no Bairro São Mateus e na direita ela no início da fase adulta.

Gilmara pediu as contas e procurou uma amiga que era médica no Rio: “propus ir trabalhar para ela para poder financiar meu curso”, mas o destino não ajudou e a antiga patroa a estava decidida a colocar Gilmara a força num ônibus para devolvê-la para a mãe: “enquanto isso me trancaram num quarto e falaram que só me liberariam em Juiz de Fora”. Inacreditavelmente ligaram para a mãe dela e juraram que a entregariam a menina de volta: “lembro que além disso me chamaram de negra atrevida, insinuaram que eu ia para a praia fazer coisas erradas e que meu sonho de ser atriz da Globo era besteira”, arrogante a patroa de Gilmara profetizou que: “o máximo que você vai conseguir é ser faxineira como sua mãe” e o marido bruto continuou: “você deveria ser grata de ter dormido no quarto com minha filha, pois o seu lugar é no quarto de empregada”, frase típica do racismo estrutural vivido no dia a dia.
Indignada e brigando com o casal, ela foi levada a força para a rodoviária e falaram para o motorista: “não deixe ela sair do ônibus, pois em Juiz de Fora um juiz aguardando ele na rodoviária”, claro que tudo mentira de rico prepotente, confessou. Gilmara que já tinha abandonado a oitava série para seguir seu sonho, no Rio perdeu mais uma vez a oitava série e ao chegar em Juiz de Fora perdeu mais um ano: “mas tudo teria valido a pena se eu tivesse conseguido ser atriz”, confessou. Na foto abaixo os irmão da esquerda para a direita Jussara, Juliomar, Gilmara,Jefferson e Gilcimar.

De volta frustrada para sua cidade natal: “não tive mais possibilidade de voltar para o Rio e busquei seguir minha vida”, comentou entristecida. O jeito era voltar aos estudos da oitava série e terminar o segundo grau para buscar outros caminhos: “cheguei a fazer uma oficina de teatro com Marcos Marinho, mas eu não dei continuidade”. Infelizmente para Gilmara foi um retrocesso na sua caminhada: “voltei para uma cidade provinciana com uma postura racista e que tentou apagar da memória o papel de destaque dos negros na construção do município”. Mas uma de suas ideias e engajamentos para reverter o racismo estrutural é contribuir para a eleição de representantes negros: “quero apoiar na construção de politicas públicas antirracistas e desenvolver projetos nessa temática dentro das escolas”.
Ela queria entrar para a Faculdade de Artes, porém também não conseguiu: “tinha uma prova de habilidades específicas e eu não passei na prova”, lamentou as dificuldades por desconhecimento que havia um curso preparatório para essa prova. Sem chances de seguir o sonho justo de ser uma atriz Global, acabou prestando o vestibular da época (atual ENEM) e no ano 2000 entrou para a faculdade de Filosofia, mas logo percebeu que a possibilidade de trabalho no campo da filosofia seria infrutífera: “e como negra e pobre eu precisaria trabalhar para me sustentar”, lembrou. Assim a decisão foi pela sobrevivência e após quatro períodos mudou para a Faculdade de Pedagogia na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Uma de seus maiores orgulhos é o filho Pedro Henrique dos Santos Lobo, nascido em 2001. Hoje músico e com talentos para se tornar um grande biólogo: “acabei criando meu filho sozinha, pois o pai José Teixeira Lobo não quis assumir uma gravidez não planejada”. Na verdade continuou Gilmara explicando o racismo até na solidão dos relacionamentos das mulheres negras: “meus namorados nunca quiseram assumir que namoravam uma negra”. Quando ela conheceu o pai do Pedro, foi uma paixão não correspondida: “pois no fundo ele tinha vários relacionamentos, assim quando eu engravidei ele me abandonou. A paternidade ele assumiu, mas casar ele não queria; e na verdade nem eu quando soube de suas aventuras”, hoje eles se relacionam bem. Durante a faculdade Gilmara fez um estágio no projeto “Pró-idoso”, onde ela se descobriu e foi chamada para dar relatos de sua experiência na Casa dos Conselhos (foto abaixo).

Em 2004 Gilmara teve uma participação literária como colaboradora no trabalho do Doutor em Comunicação e Cultura Carlos Alberto Marques, pesquisador da UFJF em educação especial com a obra “Uma releitura de Paulo Freire a caminho da inclusão social” apresentada no Seminário Internacional Sociedade Inclusiva, em Belo Horizonte. Gilmara contribuiu com uma pequena parte sobre “Interdição”. O trabalho do Dr. Carlos virou um livro editado em 2009 com o nome de “Da exclusão à inclusão”, editado pela Editora da UFJF. (Fotos abaixo)

Em janeiro de 2005 Gilmara concluiu a Faculdade de Pedagogia na UFJF: “me tornei a primeira pessoa da família toda a ter um diploma superior”, comentou o racismo ainda presente nas estruturas do país que impedem que jovens possam ir para a faculdade. Lamentou que: “diferente dos brancos privilegiados, os negros periféricos sempre precisam trabalhar e muitas vezes não conseguem uma vaga na universidade pública”. Hoje o exemplo de Gilmara já produziu muitos frutos na própria família: “meu sobrinho já está cursando o doutorado e pesquisa sobre questões étnicas e raciais”. Logo em fevereiro de 2005 Gilmara foi contratada para trabalhar na Escola Estadual Batista de Oliveira, no Bairro Costa Carvalho e em 2006 foi atuar como Professora Pedagoga na Escola Estadual Maria Ilydia Resende Andrade, no Bairro Furtado de Menezes: “onde sempre busquei desenvolver projetos anti-racistas” junto com a diretora que já desenvolvia esse tipo de abordagem com os alunos e professores. A partir deste momento de contratada sua vida foi se estabilizando: “tinha chegado numa posição onde poderia começar a fazer uma diferença para as futuras gerações de negros e periféricos”. Trabalhou nessa escola até 2015 quando foi convidada pela diretora Cátia Rosa para trabalhar na Escola Estadual Teodorico Ribeiro de Assis.
Na foto acima Gilmara é a primeira professora na esquerda com vestido amarelo e a diretora da época Cátia Rosa ao centro de vermelho. Gilmara já tinha uma trajetória exemplar de superação, mas “a ficha só caiu” durante um evento sobre “Genocídio da população negra” em 2015 com a Deputada Macaé Evaristo. Macaé era Secretária de Educação do Estado de Minas Gerais: “fui acompanhando ela ao Condomínio Belo Vale, no Bairro São Geraldo, junto com o Grupo Candaces”. Na ocasião o despertar de Gilmara foi surpreendente: “só ali – naquele evento – percebi as minhas inseguranças e dificuldades”. Ela foi inundada com um sentimento antigo conhecido seu, porém novo: “o quanto ainda eu preciso me libertar e superar a discriminação de ser uma pessoa de pouca informação, apesar de ter muita formação”, lamentou. (Foto abaixo)

Foi também naquele evento que Gilmara teve uma luz escutando as pessoas: “entendi o que significa ser silenciada”. Ela se lembrou de diversas situações no dia a dia nas escolas: “vejo tanta dificuldade na aprendizagem de alunos e alunas silenciados como eu”. Hoje uma de suas forças é exatamente isto: “são observações que me fazem uma pessoa mais corajosa e me ajudam a criar projetos que possam contribuir com a trajetória desses meninos e meninas desprivilegiados”. Suas diretrizes atualmente são: “fortalecer e ajudar no protagonismo dessas crianças e o fortalecimento do território onde eles vivem”.
Em 2017 concluiu o Curso de Pós-Graduação Lato Sensu (Especialização em História da África) na Universidade Federal de Juiz de Fora, com o Trabalho de Conclusão de Curso foi com o título: “Estética e empoderamento: o uso do lúdico em sala de aula”. Gilmara resumiu dizendo que “a criança quando chega à escola traz consigo conhecimentos que vão se lapidando através da troca de experiências e vivências compartilhadas entre si no ambiente escolar. O papel do educador é mediar e levá-las a desconstrução desse um universo de conceitos e pré conceitos que vão surgindo no tempo. Muitos se espelham no educador que deve está preparado para os desafios que surgem no dia-dia escolar, buscando atualizar-se e elaborar estratégias capazes de estimulá-los em suas a buscas, criticas e reflexões”.

Ela comentou que no site/repositório da UFJF estão os 52 trabalhos de todos os alunos da pós: “vale a pena entrar e ler alguns muito interessantes”, recomendou. Foi também durante a pós-graduação que Gilmara criou o jogo de perguntas e respostas tanto para negros como para não negros (fotos acima) “Estética e empoderamento: o uso do lúdico em sala de aula” para trabalhar com questões afro e contra o racismo: “o objetivo era levar para as pessoas um pouco do conhecimento sobre a África e desconstruir algum imaginário antigo e errado sobre o continente africado”. Fotos abaixo da esquerda para direita Fernanda, Giane, Macaé Evaristo, Gilmara e Denise Nascimento.

Uma das maiores influências de Gilmara: “sem dúvida foi minha professora na UFJF Fernanda Thomaz, hoje pós-doutora pela Universidade de Ibadan, na Nigéria, e pelo Instituto Max Planck, na Alemanha”. Fernanda trabalha com temas relativos ao colonialismo, relações raciais, movimento de mulheres e memória e é pesquisadora do departamento de História da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF): “ela foi convidada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, chefiado por Silvio de Almeida, para assumir a coordenação de Memória e Verdade sobre a Escravidão e o Tráfico Transatlântico de Pessoas Escravizadas”, comentou. Outra pessoa importante para Gilmara no despertar da questão racial foi Giane Elisa, atual Diretora-geral da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa). Além de Denise Nascimento, Jussara Alves, Marilda Simeão e muitos amigos que conviveram com ela durante a pós-graduação em História da África.

A pós-graduação trouxe também mudanças na própria percepção de Gilmara: “por ser a mais retinta da família e ter a oportunidade de estudar e ver o mundo do jeito que ele é eu me declaro negra”. Mas ela se lembra que usava o cabelo liso: “fazia parte dos padrões sociais ter cabelo liso para ser bem-aceita na sociedade”. Como ela não teve muito conhecimento do cabelo Afro: “me lembro que eu escovava e alisava o cabelo e até ria de quem usava o cabelo afro” (fotos acima). Foi no convívio na UFJF que ela começou a se libertar e passou a usar o seu cabelo natural: “confesso que é claro que as vezes eu ainda sinto vontade de alisar o cabelo”. Ela lembrou que o racismo está por todo lado: “as pessoas falam até que para manter o cabelo afro é mais caro, que gasta mais produtos, etc”. Outra consequência do bombardeamento midiático que o cabelo normal é o cabelo liso, “muitas negras entram em depressão para estar com o cabelo liso e impecável”, mas a verdade é que: “muitas acabam com feridas na cabeça pelo uso indiscriminado e excessivo de produtos químicos”. Além disso explicou Gilmara que: “quando as negras não tem dinheiro para alisar o cabelo, elas até não saem casa para não serem vista de fato como elas são”. Isso tudo Gilmara fala com experiência pessoal: “já teve vezes de eu me atrasar horas para trabalhar porque o meu cabelo não ficava escovado como uma índia”, confessou.
Para ela tudo isso é consequência da sociedade racista que impõe padrões de beleza baseados na estética branca: “as vezes acabava me sentindo feio, pois o cabelo não ficava como eu queria”. Ela sorriu de sua descoberta e hoje traz esse tema para suas discussões nas escolas e em palestras: “levo sempre para as conversas o sofrimento do dia a dia para corresponder ao padrão que não é nosso”. Atualmente, falando com muita experiência, Gilmara tem se envolvido em projetos pessoas de trabalhar a autoestima “Projeto Você não me Obriga” e, com certeza, ainda vai tentar um mestrado para buscar mais conhecimento para as comunidades periféricas. Ela lembrou de outros racismos velados: “o branco de lábio grosso é carnudo e batom vermelho é sensual, já a preta de lábio grosso é beiçuda e se usar batom vermelho é tachada de prostituta e vagabunda”. Hoje em seus projeto ela ensina o que é ser negra e se assumir e não se deixar influenciar pelas cobranças de uma sociedade racista: “hoje em dia eu não me incomodo mais do que o outro quer ver em mim”.

Em 2016 Gilmara foi nomeada pelo Estado de Minas vem desenvolvendo até hoje um belo trabalho nessa escola no turmo da manhã como Especialista em Educação e como professora no turno da tarde, sempre na Escola Estadual Teodorico Ribeiro de Assis, no Bairro Furtado de Menezes. É nessa escola (foto acima) que atualmente Gilmara atua lutando contra o apagamento da ancestralidade dos negros no Brasil e o silenciamento de forma positiva, isto é, passando para as alunas e os alunos desse bairro periférico mais do que seus conhecimentos acadêmicos: “eu me empenho de coração em mostrar meu exemplo de vida nos nossos projetos de empoderamento e consciência afrodescendente”. E que exemplo!
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FONTE/CRÉDITOS: Gilmara Cristina dos Santos
Comentários:
Alexandre Müller Hill Maestrini

Publicado por:

Alexandre Müller Hill Maestrini

Alexandre Müller Hill Maestrini é professor de alemão no Instituto Autobahn e autor de quatro livros: Cerveja, Alemães e Juiz de Fora, Franz Hill – Diário de um Imigrante Alemão, Lindolfo Hill – Um outro olhar para a esquerda e Arte Sutil.

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