Hipomineralização Molar Incisivo (MIH): o que é e por que está em alta nas clínicas odontológicas?
A hipomineralização molar incisivo (MIH) é um defeito de desenvolvimento que compromete a qualidade do esmalte dental em crianças, tornando os dentes mais frágeis, porosos e hipersensíveis. Diferente da cárie, que é causada por bactérias, a MIH resulta de uma deficiência mineral no esmalte, associada a fatores que ocorrem entre a gestação e os primeiros três anos de vida. Estima-se que a condição afete uma em cada cinco crianças, com um aumento significativo nos últimos anos.
Pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da USP (Forp-USP) realizaram uma revisão abrangente para compreender melhor as causas e os impactos da MIH. O estudo foi publicado na revista científica Monographs in Oral Science.
Causas e fatores de risco da hipomineralização molar incisivo
De acordo com o professor Francisco Wanderley Garcia de Paula-Silva, coordenador do estudo, as causas exatas da MIH ainda são desconhecidas. No entanto, há associações importantes com:
- Exposição a poluentes ambientais;
- Episódios frequentes de febre na primeira infância;
- Uso de álcool durante a gestação;
- Complicações no parto que causam hipóxia (falta de oxigênio).
“A hipomineralização tem se tornado cada vez mais comum na prática clínica, o que destaca a urgência de intervenções precoces. Muitos tratamentos falham devido à estrutura comprometida do esmalte, levando a restaurações frequentes e de curta duração ao longo da vida das crianças”, explica Paula-Silva.
Como a MIH impacta o esmalte dental e a saúde bucal infantil
O esmalte dentário afetado pela MIH apresenta mudanças químicas, estruturais e mecânicas, incluindo:
- Redução de cálcio e fósforo, minerais essenciais para dentes saudáveis;
- Porosidade aumentada, que facilita fraturas;
- Maior solubilidade devido à incorporação de proteínas e moléculas como carbonato.
Essas alterações podem causar dor, hipersensibilidade e dificuldades na mastigação, comprometendo diretamente a qualidade de vida das crianças. “A função dos ameloblastos, células responsáveis pela formação do esmalte, é prejudicada, resultando em um esmalte desorganizado e frágil”, afirma o professor.
Necessidade de prevenção e novas pesquisas
Os pesquisadores destacam que ainda há muito a ser descoberto sobre os mecanismos moleculares da MIH. Investir em estudos sobre os fatores ambientais e epigenéticos é essencial para desenvolver estratégias preventivas e tratamentos eficazes.
Além disso, a educação de profissionais de saúde e famílias é crucial. "Integrar a saúde bucal ao cuidado geral das crianças é fundamental. Compreender os fatores de risco e agir precocemente pode reduzir os impactos dessa condição", ressalta Paula-Silva.
Leitura complementar sobre a MIH
O artigo completo, intitulado Implications of Histological and Ultrastructural Characteristics on the Chemical and Mechanical Properties of Hypomineralised Enamel and Clinical Consequences, está disponível no livro Molar Incisor Hypomineralisation: New Perceptions. Para mais detalhes, acesse: Karger.com.
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