Durante a pandemia de COVID-19, um fenômeno intrigante despertou o interesse da profissional de saúde Maria Tereza Malheiros Sapienza: mesmo exposta ao marido, Marcelo Sapienza, infectado duas vezes pelo SARS-CoV-2, ela permaneceu assintomática. Esse cenário de “casais sorodiscordantes” motivou uma pesquisa do Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco (CEGH-CEL), da USP, com foco em entender possíveis fatores genéticos envolvidos na resistência ao vírus.
Descobertas e implicações
Entre os 86 casais analisados, seis mulheres permaneceram resistentes ao SARS-CoV-2, mesmo com exposição contínua. A pesquisa revelou que essas mulheres apresentavam uma expressão aumentada do gene IFIT3, responsável por codificar uma proteína antiviral que impede a replicação do vírus nas células.
O pesquisador Mateus Vidigal, autor do estudo publicado na revista Frontiers in Cellular and Infection Microbiology, explica que o IFIT3 atua como um bloqueador do RNA viral, impedindo a progressão da infecção. “Embora o vírus invada as células, ele não consegue se replicar, evitando que a doença se manifeste”, detalhou Vidigal.
Implicações terapêuticas
A descoberta posiciona o gene IFIT3 como um potencial alvo para novas terapias antivirais. Segundo o professor Edecio Cunha Neto, da Faculdade de Medicina da USP, o achado é significativo, mas ainda demanda estudos adicionais para entender os mecanismos que levam à superexpressão do gene e sua relação com a resposta imune inata.
Além da proteção contra o SARS-CoV-2, o IFIT3 já foi associado à resistência contra outras doenças virais, como dengue e hepatite B, o que amplia seu potencial para futuras aplicações médicas.
Desdobramentos da pesquisa
O estudo continua investigando a biologia da resistência e busca respostas sobre como o IFIT3 pode ser aproveitado em tratamentos que reforcem a imunidade contra diversos patógenos.
O artigo completo pode ser acessado neste link.
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