A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e a Universidade de Juiz de Fora (UFJF) finalizaram a elaboração do Censo e Diagnóstico da População Adulta em Situação de Rua na cidade. O objetivo principal do trabalho foi quantificar e investigar as características socioeconômicas e demográficas das pessoas adultas que vivem nas ruas, a fim de direcionar investimentos e identificar demandas para o desenvolvimento de políticas públicas específicas para essa parcela da população.
O estudo possibilitou a criação de uma base de dados, contribuindo para as funções de ensino, pesquisa e extensão das universidades públicas, além de subsidiar políticas públicas relacionadas ao tema. O diagnóstico também atendeu a demandas de movimentos sociais, entidades e organizações de defesa dos direitos humanos, representando um passo importante no sentido de garantir acesso a direitos para aqueles que vivenciam condições precárias.
A secretária de Assistência Social da PJF, Malu Salim, ressaltou a importância do diagnóstico para embasar ações e políticas públicas, fortalecendo o trabalho com base em evidências e dados concretos. Ela destacou "que a pandemia da Covid-19 intensificou a vulnerabilidade das pessoas em situação de rua, ampliando o contingente populacional nessa condição. Portanto, o censo e o diagnóstico são essenciais para orientar a assistência social e buscar soluções adequadas para essa diversidade de demandas, como abrigos, moradia, trabalho e renda."
A pesquisa para a elaboração do diagnóstico foi realizada por mais de 50 estudantes dos diversos cursos da UFJF, por meio da aplicação de questionários. Entre 2016 e 2022, a população em situação de rua em Juiz de Fora aumentou de 384 para 805 pessoas, um crescimento de 110%. O perfil médio das pessoas em situação de rua na cidade é composto por homens cisgêneros, heterossexuais, pretos e pardos, com idades entre 30 e 50 anos, que estão nessa condição há mais de cinco anos.
Perfil dos entrevistados
A média de idade é de 43,2 anos, sendo a maioria do sexo masculino (84,7%) e pretos/pardos (75%). Cerca de 71% possuíam domicílio antes de ficarem nas ruas, e 39,5% estão nessa situação há mais de cinco anos. A pandemia levou 35,3% a irem para as ruas. A dependência de álcool e drogas afeta 59,5% dessa população. Para sair das ruas, 48,2% buscam emprego e 44,6% necessitam de moradia. Esses dados destacam os desafios enfrentados e apontam a importância de políticas públicas para auxiliar essa população vulnerável.
Segundo a professora Viviane Pereira, da faculdade de serviço social da UFJF, "a população de rua é heterogênea, mas três elementos são comuns: a ausência de moradia convencional, o rompimento e/ou interrupção de vínculos familiares e a condição de pobreza extrema. Ela ressaltou que a pesquisa considerou como população em situação de rua aqueles que não possuem moradia convencional e fazem uso das ruas e acolhimentos para dormir", ressalta.
Além da secretária Malu Salim e da professora Viviane Pereira, diversos profissionais e entidades estiveram envolvidos na elaboração e conclusão do diagnóstico. O estudo contou com a participação de professores da UFJF, arquiteta, subsecretários e gerentes de diferentes áreas. Entre os parceiros desse levantamento estão a Pró-reitoria de Extensão (Proex), Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Fadepe) e o Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt).
Um livro bibliográfico está em fase de construção e será impresso pela editora da UFJF. A publicação prevista para o segundo semestre trará uma análise aprofundada dos dados do diagnóstico com capítulos sobre a relação da universidade com a sociedade e a ocupação da população em situação de rua em Juiz de Fora.
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