A entrevistada de hoje é a Dr. Carina Dantas, graduada em Direito, Especialista em LGPD pela FGV e Compliance pelo SESI/SENAI. Sua trajetória foi iniciada como advogada membro das ordens do advogados de Juiz de Fora, além de professora é empreendedora, palestrante de sucesso, líder de movimentos em prol de pretas e pretos e presidente da comissão da verdade da escravidão negra no Brasil e combate ao trabalho escravo moderno da OAB de Juiz de Fora.
RCWTV – Dra. Carina, primeiramente parabéns pelo prêmio! Como você se sente sendo reconhecida como a melhor advogada do Brasil na categoria do Direito antidiscriminatório?
CARINA - Muito obrigada! Receber esse prêmio é um reconhecimento não só do meu trabalho, mas de toda uma trajetória coletiva de resistência e luta por um Direito Igualitário. A inciativa do Black Sister in Law através da Dione de Assis é uma iniciativa fundamental para dar à visibilidade ás advogadas negras que estão transformando o cenário jurídico. Para mim, essa conquista reforça a urgência da pauta Antidiscriminatório e me motiva ainda mais a seguir por justiça e equidade.
RCWTV – Dra. Carina, sua atuação no Direito Antidiscriminatório tem sido referência para muitas pessoas. Poderia compartilhar um caso ou momento marcante da sua trajetória que simbolize essa luta?
CARINA – Na verdade são muitos momentos, mas um dos mais marcantes foi participar como coordenadora adjunta na elaboração do Estatuto da Igualdade Racial do Estado de Minas Gerias um trabalho feito de forma coletiva através das iniciativas das Deputadas Andréia de Jesus, Ana Paula, Leninha, e Macaé que atualmente é a Ministra do Direitos Humanos, participar da elaboração das leis para promover a igualdade ao povo negro de Minas Gerias nos trouxe a responsabilidade de como o Direito pode ser um instrumento de transformação social quando usado com compromisso e sensibilidade. Estamos felizes em fazer parte desse momento histórico para Minas Gerais.
RCWTV – Dra. Carina, sabemos que o caminho para a equidade no Direito ainda é desafiador. Quais são as principais barreiras que você enfrenta na advocacia antidiscriminatória e como tem trabalhado para superá-las?
CARINA - A principal barreira é a resistência estrutural do sistema jurídico em reconhecer o combate ao racismo de forma efetiva. Muitas vezes, enfrentamos decisões conservadoras, subnotificação de casos e a falta de políticas eficazes. Para superar esse desafios, é essencial fortalecer as redes de apoio, fomentar debates acadêmicos e usar estratégias jurídicas inovadoras para garantir que a luta antidiscriminatória não seja apenas simbólica mas que produza mudança de reais de justiça.
RCWTV – Dra. Carina, o reconhecimento através do Black Sister in Law reforça a importância da representatividade como você vê o impacto desse prêmio para outras advogadas negras e para o avanço da diversidade no campo jurídico?
CARINA - Esse prêmio tem um impacto imenso! Ele mostra que nós, mulheres negras, temos voz, competência e estamos ocupando espaços historicamente que nos foram negados. Além disso, fortalece autor estima e incentiva novas gerações de advogadas,precisamos cada vez mais de representatividade em todas as esferas do sistema jurídico, desde a advocacia até o Poder Judiciário e a academia.
RCWTV – Dra. Carina, além da sua atuação prática, você também contribui para o debate acadêmico e a formação de novas Gerações do Direito, através da sua participação efetiva na OAB/MG, no movimento negro e participação como pesquisadora. Quais iniciativas você considera essenciais para fortalecer essas áreas e promover mudança estruturais?
CARINA – Na minha opinião é necessário trabalhamos de fato com a equidade racial, gênero e diversidade em ambientes e espaços de tomada de decisões que por muitos anos nos foram tirado esse Direito de estar e permanecer, e isso podemos agradecer ao movimento negro que lá trás vem conquistando espaços, lutando por políticas públicas para a população negras, e como pesquisadora fortalecer iniciativas de reparação as mazelas que a escravidão nos trouxe a falta de reconhecimento a invisibilidade o cerceamento e a discriminação.
RCWTV – Para encerrar Dra. Carina, para quem acompanhar sua trajetória e quer engajar na luta Antidiscriminatória, quais seria suas principais recomendações para ampliar esse rede de transformação?
CARINA - A Luta antirracista é uma luta de todos, cada um de nós podemos fazer a diferença para construir uma sociedade mais justa e inclusiva, através de pequenas ações, que proponha a educação e conscientização, o combate ao racismo não é uma escolha, mas um compromisso diário, com a justiça, a equidade e dignidade de todas as pessoas. Junte-se a nós e me siga no Instagram.
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