Um estudo publicado na revista Nature Medicine por cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) revela uma situação alarmante entre a população Yanomami. As crianças dessa etnia enfrentam os déficits nutricionais mais severos entre as populações indígenas das Américas, com impactos significativos para a saúde a longo prazo.
Alerta para a Desnutrição Grave
O artigo, assinado por Thiago dos Reis Araujo, Ana Paula Davel e Everardo Magalhães Carneiro, destaca que aproximadamente 570 crianças Yanomami morreram de fome nos últimos quatro anos. Em 2022, 52,2% das crianças menores de cinco anos estavam desnutridas, número muito superior à média global de 29,1%. Essas descobertas foram feitas pelo Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC) da Unicamp, com apoio da FAPESP.
Impactos de Longo Prazo
Os pesquisadores alertam que a desnutrição infantil pode causar danos duradouros à saúde, aumentando o risco de doenças crônicas na idade adulta, mesmo após a reabilitação nutricional. “A desnutrição durante estágios críticos de desenvolvimento pode prejudicar a formação e o funcionamento de vários órgãos, aumentando a vulnerabilidade a doenças na vida adulta”, explica Magalhães Carneiro.
Hipótese do Fenótipo Poupador
A hipótese do “fenótipo poupador” sugere que a desnutrição em fases críticas do desenvolvimento, como a vida intrauterina e a primeira infância, pode levar a deficiências permanentes. Essa teoria é corroborada por dados históricos da “fome holandesa” de 1944-1945, onde a desnutrição resultou em problemas de saúde de longo prazo para os afetados.
Necessidade de Ações Imediatas
O estudo enfatiza a necessidade urgente de ações estratégicas para mitigar as consequências da desnutrição entre os Yanomami. Além de melhorar a nutrição, é crucial proteger o território e implementar uma gestão ambiental eficaz para controlar a mineração ilegal e a exploração de recursos naturais. As intervenções devem ser culturalmente adaptadas e estendidas às áreas próximas às comunidades Yanomami.
Chamado à Ação
Os autores conclamam governos, universidades, institutos de pesquisa e agências de financiamento a unificar esforços para enfrentar essa crise. “É essencial que qualquer intervenção nutricional seja cuidadosamente planejada e culturalmente adaptada, além de incluir estratégias de proteção territorial e gestão ambiental”, afirma o estudo.
Para mais informações, leia o artigo completo: Life-long health consequences of undernutrition in the Yanomami indigenous population in Brazil.
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