Uma nova espécie botânica foi descoberta na região Norte de Minas Gerais, mais precisamente na cadeia da Serra do Espinhaço, conhecida por sua rica biodiversidade. O arbusto, batizado de Lippia aonae, pertence à mesma família da lavanda e foi identificado em expedições realizadas nos Parques Estaduais Caminho dos Gerais e Serra Nova e Talhado. Esses parques são administrados pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), que teve papel fundamental na preservação e documentação da flora local.
A descoberta foi feita por uma equipe de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), após uma coleta feita em outubro de 2023. As expedições de campo foram apoiadas pelos projetos Pró-Espécies e Copaíbas, os quais têm contribuído com a preservação da biodiversidade e com o avanço do conhecimento sobre espécies ameaçadas.
A Lippia aonae é endêmica da região dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço e possui um habitat restrito a uma área de apenas 12 quilômetros quadrados. Esta planta, com altura variando entre 40 e 60 centímetros, tem folhas aromáticas e pegajosas que brilham ao sol, tornando-se uma espécie rara e visualmente interessante. A planta é classificada como vulnerável, de acordo com os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), devido à sua área de distribuição limitada e ao risco de extinção.
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A descoberta da Lippia aonae destaca a importância das unidades de conservação, como os parques estaduais mencionados, para a proteção e continuidade da biodiversidade. Essas áreas desempenham um papel essencial na preservação de ecossistemas como o Cerrado, que são ricos em espécies endêmicas, mas também extremamente ameaçados.
A planta foi nomeada em homenagem à professora Lidyanne Aona, curadora do Herbário HURB na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), reconhecendo sua contribuição significativa para o estudo da botânica brasileira. Essa homenagem reflete o trabalho de anos dedicado ao estudo e à conservação da flora brasileira.
Além da importância científica da descoberta, a pesquisa também vai ajudar na produção de um livro ilustrado sobre a flora da região de Monte Azul, município próximo ao local da descoberta, com o intuito de divulgar e preservar o conhecimento sobre as plantas nativas da área.
O estudo da Lippia aonae é uma das ações do Plano de Ação Territorial para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (PAT Espinhaço Mineiro), que abrange uma vasta área de 105.251 quilômetros quadrados, atravessando os biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Este plano, elaborado em 2020, visa proteger espécies como a Lippia aonae, além de outras 23 que estão classificadas como Criticamente em Perigo (CR). O PAT Espinhaço Mineiro é uma ação estratégica para a preservação da biodiversidade no estado de Minas Gerais.
Com a contribuição de pesquisas como a da Lippia aonae, o trabalho do IEF, em conjunto com outras instituições de pesquisa, continua a fortalecer o entendimento da flora e da fauna da região, essencial para garantir a sobrevivência das espécies e dos ecossistemas em risco.
Para mais informações sobre o PAT Espinhaço Mineiro e outras iniciativas de preservação ambiental, acesse o site oficial do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e conheça mais sobre os projetos em andamento.
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