A investigação do processo de comunicação entre satélites de baixa órbita e o desenvolvimento de competências nesta área constitui o cerne de um projeto liderado pelo professor Moisés Vidal Ribeiro, do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Este projeto, denominado Solve, foi uma das 15 iniciativas selecionadas no âmbito do Programa de Apoio ao Ensino e à Pesquisa Científica e Tecnológica em Defesa Nacional (Pró-Defesa V), promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Ministério da Defesa. O resultado final do edital foi divulgado no dia 23 de julho.
O projeto Solve, que se traduz como "Soluções para o NewSpace: Camada Física em Comunicações por Satélite e Lançamento de Veículos Espaciais", visa principalmente explorar o potencial dos satélites de baixa órbita, que operam em enxames cooperativos, para melhorar a comunicação e a segurança dos dados transmitidos. Estes pequenos satélites, conhecidos como CubeSats, estão posicionados a cerca de 2.000 km da Terra, uma distância significativamente menor do que a dos satélites geoestacionários tradicionais, que se encontram a 36.000 km. A vantagem dos CubeSats não reside apenas no custo inferior, que ronda os 200 mil dólares por unidade, mas também na sua capacidade de operar em conjunto para superar as limitações individuais de transmissão de dados.
Um dos objetivos do projeto é desenvolver conhecimento nacional em comunicação entre satélites, fortalecendo a capacidade do Brasil em criar tecnologia de ponta e impulsionar a inovação no setor privado. Além de explorar as vantagens dos enxames de satélites para o aprimoramento da conectividade e segurança da informação, o Solve também aborda a importância de melhorar a comunicação dos satélites com as estações terrestres de lançamento de veículos espaciais.
O desenvolvimento desta tecnologia requer um compromisso de longo prazo. O financiamento de R$ 380 mil, além das 20 bolsas de estudo concedidas tanto no Brasil quanto no exterior, permitirá que o projeto avance no sentido de formar profissionais altamente qualificados e desenvolver um conhecimento básico sólido nos próximos cinco anos. Contudo, o professor Moisés Vidal Ribeiro enfatiza que, para se alcançar um verdadeiro impacto e reconhecimento internacional, é necessário um planejamento de longo prazo, com prazos que podem variar de 10 a 15 anos. Este é o tempo necessário para que o Laboratório de Comunicações (LCOM) da UFJF se torne uma referência mundial em comunicações espaciais.
Esta abordagem reflete a realidade do desenvolvimento científico, que exige tempo, recursos e dedicação contínua para gerar resultados duradouros e formar uma nova geração de profissionais e empreendedores que contribuirão significativamente para a inovação e a tecnologia no Brasil.
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"MINAS GERAIS" Desenvolvimento de Tecnologia Espacial: Projeto Brasileiro Revoluciona Comunicações entre Satélites de Baixa Órbita
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