William Rogatto, conhecido no meio do futebol como o "Rei do Rebaixamento", foi preso nesta sexta-feira (8) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, pela Interpol. O empresário, que estava foragido, é investigado por ser o líder de um esquema de manipulação de resultados de partidas e rebaixamentos no futebol brasileiro. Sua prisão ocorre após meses de investigação e um depoimento polêmico em outubro, no qual ele revelou que lucrou cerca de R$ 300 milhões e teria provocado 42 rebaixamentos de clubes no país.
A prisão de Rogatto foi confirmada pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), membro da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) de Manipulação e Apostas, que está apurando fraudes envolvendo apostas no futebol brasileiro. De acordo com o senador, a Polícia Federal (PF) foi informada sobre a detenção para dar início ao processo de extradição de Rogatto para o Brasil.
Em um depoimento virtual prestado à CPI no início de outubro, Rogatto admitiu ser o chefe de um esquema que manipulava jogos e rebaixamentos, atuando no submundo das apostas esportivas. Ele afirmou ainda que comprava árbitros, jogadores e dirigentes para garantir que determinados resultados fossem alcançados, criando um ciclo vicioso que envolvia equipes com dificuldades financeiras. O empresário também revelou que suas operações envolviam o direcionamento de jogadores para clubes em dificuldades financeiras, o que, segundo ele, gerava oportunidades de lucro com apostas manipuladas.
Delação premiada e possíveis provas
O senador Carlos Portinho, que preside a Comissão de Apostas, afirmou que está trabalhando para que Rogatto possa colaborar com as investigações por meio de um acordo de delação premiada. “O meu objetivo é apurar a veracidade das informações e limpar essa sujeira das apostas no futebol brasileiro. Precisamos ter certeza de que a maior paixão dos brasileiros não está sendo jogada fora por manipulação”, declarou Portinho, ressaltando que o depoimento de Rogatto revelou uma rede de corrupção de grandes proporções.
Durante o depoimento à CPI, Rogatto não apresentou provas concretas de suas alegações, mas garantiu que possuía documentos e outras evidências que poderiam incriminar diversas figuras do futebol brasileiro. Ele indicou ainda que estava se refugiando em Portugal para escapar das investigações, mas as autoridades brasileiras não conseguiram localizar o empresário até a detenção em Dubai.
Investigações e repercussão
A prisão de Rogatto é resultado de uma operação do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), que já havia desmantelado seu esquema de manipulação de resultados. As investigações apontaram que, por meio de uma rede de manipulação de partidas e influências dentro dos clubes, Rogatto causava danos irreparáveis ao esporte e ao mercado de apostas. Sua prisão é um marco na luta contra fraudes no futebol, que, segundo especialistas, afetam a integridade do esporte e geram desconfiança nas competições.
A detenção do "Rei do Rebaixamento" tem grande repercussão, pois o esquema que ele liderava afetou diretamente clubes tradicionais do futebol brasileiro, alterando não apenas os resultados de campeonatos, mas também impactando as finanças e a competitividade das equipes envolvidas. O caso continua a ser monitorado de perto pela CPI de Manipulação e Apostas, que promete novas revelações à medida que as investigações avançam.
Agora, com a prisão de William Rogatto, as autoridades brasileiras aguardam o processo de extradição para que o empresário possa responder pelos seus crimes em território nacional.
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