Muitos pais e responsáveis levam crianças a emergências hospitalares por questões menores como febre, tosse, diarreia, pequenos machucados e enjoos. Estas situações, geralmente não graves, acabam expondo as crianças a um ambiente hospitalar com riscos de infecções.
As urgências abertas 24 horas e a expectativa de atendimento rápido são atrativos, mas muitas vezes a espera é longa, pois casos graves têm prioridade.
Rodrigo Muzzi, gerente médico do Hospital João XXIII e cirurgião geral, enfatiza que tratar a criança em casa para problemas menores evita exposição a infecções e ajuda a desafogar os serviços de emergência. Ele também alerta para o impacto emocional em crianças frequentemente levadas ao pronto-socorro, podendo gerar medo e aversão ao ambiente hospitalar.
Para casos menos urgentes, unidades de pronto atendimento (UPA) são alternativas. Hospitais devem ser reservados para situações graves.
Muzzi recomenda consultar o pediatra regularmente e acioná-lo em dúvidas sobre a necessidade de emergência.
Sobre quando levar a criança ao pronto-socorro, Muzzi orienta:
- Febre: Se for alta e persistir por três dias ou se a criança permanecer apática mesmo com a febre baixando. O uso de antitérmicos é geralmente eficaz.
- Desidratação: Sinais como lábios e língua secos, urina escura e olhos fundos, especialmente se acompanhados de vômitos, indicam necessidade de atendimento de emergência.
- Quedas e ferimentos: Depende da gravidade. Se houver sonolência, vômitos, dor de cabeça, abatimento ou fraturas após a queda, procure atendimento.
- Problemas respiratórios: Ofegância ou fadiga excessiva em atividades cotidianas podem indicar doenças respiratórias graves.
- Intoxicação: Leve a criança imediatamente à emergência sem induzir vômitos e tente fornecer informações sobre o produto ingerido.