A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou na tarde desta segunda-feira (30/9) a operação Verita Visus, cujo alvo foi uma empresa sediada na cidade de Santos Dumont. A empresa é suspeita de praticar extorsão, lavagem de dinheiro e integrar uma organização criminosa, com um faturamento estimado em cerca de R$ 4 milhões.
As investigações foram motivadas por diversas denúncias vindas de delegacias de várias partes do Brasil. As vítimas relataram terem sido extorquidas pela empresa, que usava um esquema sofisticado de ameaças para obter vantagens financeiras de pequenos vendedores.
De acordo com as apurações, a empresa monitorava redes sociais à procura de perfis que vendiam produtos supostamente falsificados. Simulando interesse na compra, os funcionários coletavam informações sobre o vendedor. Em seguida, outro setor da empresa entrava em contato com a vítima, ameaçando-a de abrir uma denúncia formal por violação de direitos intelectuais, caso um acordo extrajudicial não fosse pago.
As investigações revelaram que os valores exigidos pela empresa eram definidos de acordo com o número de seguidores que a vítima possuía nas redes sociais. Quando o pagamento não era feito, a empresa denunciava os perfis, que eram derrubados das plataformas, prejudicando ainda mais os vendedores.
O delegado responsável pela operação, Daniel Gomes de Oliveira, afirmou que os acordos propostos pela empresa não eximiriam os acusados de responderem criminalmente, caso a prática criminosa fosse comprovada. Ele esclareceu que o pagamento exigido era referente aos "custos operacionais" da empresa, que, na verdade, não tinha qualquer relação com os direitos supostamente violados. “As vítimas poderiam acabar pagando duas vezes: para a empresa e por possíveis ações judiciais de danos morais e materiais.”
Entre os casos investigados, está o de uma artesã de Salvador (BA) que comercializava pequenas caixas de papelão para festas, com o escudo de um time de futebol, vendidas por R$ 1,60. A empresa exigiu o pagamento de R$ 1.600 da artesã pelo uso não autorizado do escudo do time. Ao recusar-se a pagar, a artesã teve sua página nas redes sociais derrubada.
A Justiça, atendendo ao pedido da PCMG, decretou a prisão preventiva dos dois sócios da empresa, um homem de 30 anos e uma mulher de 26. Além disso, foram emitidos mandados de busca e apreensão na sede da empresa e nas residências dos investigados, determinando a suspensão das atividades da empresa e o bloqueio das contas bancárias de ambos.
Durante o cumprimento dos mandados, a polícia apreendeu diversos equipamentos, como computadores, notebooks, celulares, livros de registro e um veículo de luxo. A mulher foi presa na sede da empresa, enquanto o homem foi detido em sua residência. Ambos foram encaminhados ao sistema prisional, onde permanecem à disposição da Justiça.
As investigações continuam com a análise do material apreendido na operação Verita Visus. A PCMG está empenhada em identificar outras possíveis vítimas e aprofundar a investigação sobre a atuação da empresa, que se aproveitava de pequenos empreendedores e vendedores, muitos deles em situações vulneráveis.
A operação representa um importante passo na repressão de crimes de extorsão e lavagem de dinheiro, buscando proteger cidadãos que atuam de maneira informal no comércio online.
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