Pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora, campus Governador Valadares (UFJF-GV), estão desenvolvendo novos métodos para o diagnóstico precoce da hanseníase, doença que ainda apresenta alta incidência na região. À frente do trabalho está a professora Lúcia Alves Fraga, do Departamento de Ciências Básicas da Vida, coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Hansenologia (NuPHans).
O grupo atua há mais de uma década com apoio do CNPq, Fapemig, UFJF e parcerias com o Centro de Referência em Doenças Endêmicas (Credemps) e a Emory University. As ações incluem visitas às comunidades, coleta de amostras, análise laboratorial, conscientização e combate ao estigma social que ainda cerca a doença.
A professora destaca que o diagnóstico precoce é essencial para interromper a cadeia de transmissão. "Desde os anos 1980, temos antibióticos eficazes para o tratamento, mas o preconceito ainda é um dos principais obstáculos", afirma.
Entre as linhas de pesquisa do NuPHans estão os estudos de biomarcadores, com foco na identificação de substâncias no sangue que indiquem infecção antes do surgimento de sintomas. Uma das descobertas recentes do grupo é a presença de uma substância, além do anticorpo específico, em pessoas infectadas, que pode indicar infecção subclínica.
Estudantes de pós-graduação como Marcos Daniel Silva Pinheiro e Maisa Pereira Vieira também contribuem com pesquisas sobre resistência a medicamentos e aspectos nutricionais da doença, respectivamente. Ambos destacam o papel fundamental da orientação de Lúcia Fraga na formação científica e nas conexões com instituições de pesquisa nacionais e internacionais.
Para Lúcia, o futuro do combate à hanseníase passa pela padronização de testes sensíveis, rápidos e de baixo custo. “Como já ocorre com a tuberculose, estamos avançando para um modelo de diagnóstico mais eficiente e acessível”, conclui.
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