Roubos, arrombamentos e atos de vandalismo em escolas são incidentes que afetam a infraestrutura e a rotina educacional nas instituições públicas. De acordo com dados do Governo de Minas Gerais, monitorados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o número de furtos em escolas mineiras no primeiro semestre deste ano diminuiu 11%. Essa estatística está diretamente relacionada a uma iniciativa significativa do Estado, realizada pela Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), que finalizou a instalação de sistemas de vigilância, incluindo câmeras de monitoramento, em todas as escolas da rede estadual. O investimento visa principalmente dissuadir atividades criminosas, preservar o patrimônio público e proporcionar maior segurança aos estudantes e funcionários.
Até o momento, o Governo de Minas aportou mais de R$ 70 milhões nessa ação, com todas as 3.436 escolas estaduais agora equipadas e funcionando com esses dispositivos. O serviço abrange Circuito Fechado de Televisão (CFTV) para vigilância e monitoramento remoto, além de sensores de presença com alarmes sonoros 24 horas por dia, sete dias por semana. Esse sistema é monitorado pela empresa responsável e supervisionado em tempo real pela administração da escola.
Vale ressaltar que os recursos para os serviços de segurança foram alocados em todas as escolas estaduais, exceto nas unidades de atendimento ao sistema prisional e socioeducativo e nos Colégios Tiradentes da Polícia Militar, que possuem sistemas de segurança independentes.
"O investimento foi realizado para proteger o patrimônio, os edifícios e os equipamentos sob a guarda das escolas e, sobretudo, a comunidade escolar, incluindo alunos, professores, funcionários e todos os residentes nas proximidades da unidade. Já observamos uma redução significativa nos casos de invasões, roubos, furtos e vandalismo", afirmou o subsecretário de Administração da SEE/MG, José Roberto Avelar.
É importante observar que os dados da Sejusp abrangem furtos e roubos em instituições de ensino públicas federais, estaduais e municipais, bem como instituições privadas que tenham esses locais como referência.
Cenário transformado
Em fevereiro de 2023, a Escola Estadual Padre Eustáquio, em Belo Horizonte, sofreu diversos furtos de cabos elétricos e vandalismo ao patrimônio. A diretora da escola, Fabiana Valente, relatou que, desde a instalação do sistema de segurança e dos sensores de presença com alarmes sonoros, não houve mais registros dessas ocorrências.
"Costumávamos fazer reparos na fiação da escola e, em poucos dias, ocorriam novos furtos. Sentíamos uma sensação de impotência", disse Fabiana, enfatizando que os danos não se limitavam apenas ao patrimônio público, mas também afetavam o processo de aprendizado dos alunos. "Houve dias em que ficamos sem luz, o que prejudicava a visibilidade dos estudantes à tarde", explicou a diretora. Atualmente, as 24 câmeras e sensores estrategicamente posicionados impedem que isso aconteça.
A Escola Estadual José Gabriel de Oliveira, em Vespasiano, também experimentou uma transformação com a instalação de 22 câmeras em vários locais da escola, que atende a 1.400 alunos em três turnos. A escola possui uma ampla área externa e costumava ser alvo de invasões noturnas, bem como pichações frequentes.
"Tínhamos várias latas de tinta de reserva guardadas, pois era necessário repintar os muros com frequência devido às pichações. Hoje, não precisamos mais. Desde a instalação das câmeras, não tivemos mais esse problema, tanto dentro quanto fora da escola. Estamos há muito tempo sem qualquer pichação nas paredes. Estou encantada", comemorou a diretora Rubia Ramalho Silva.
Segurança nas escolas
A Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), com o apoio das Forças de Segurança, tem se esforçado para enfrentar a violência nas escolas de Minas Gerais. Para isso, o Governo de Minas implementou várias medidas preventivas na rede estadual para garantir a segurança dos estudantes e funcionários, além de preservar o patrimônio público.
Em abril deste ano, foi lançado o Protocolo de Acesso e Segurança para as Instituições Escolares de Minas Gerais, que pode ser adotado em escolas públicas e privadas. O programa foi implementado em todas as escolas estaduais e exige a identificação e autorização para o acesso de visitantes às instituições de ensino, além de reorganizar o procedimento de relato de ocorrências de violência. A iniciativa estabelece um canal direto entre os gestores escolares e os comandos regionais da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e contribui para a resposta rápida a incidentes.
A PMMG também atua regularmente nas escolas de maneira preventiva, visando a redução de crimes, agressões e ameaças. Em abril deste ano, a corporação lançou a Operação de Proteção Escolar para fortalecer a rede de proteção nas escolas públicas e privadas em todo o estado. Essa iniciativa envolve o fortalecimento e aprimoramento de programas de prevenção já implementados pela PMMG nas escolas, como o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) e o Programa de Educação Ambiental (Progea).
Nesse contexto, vale a pena destacar que o projeto da Patrulha Escolar continua em expansão, com o objetivo de identificar áreas sensíveis de segurança e realizar rondas preventivas nas proximidades das escolas. Em 2023, a PMMG anunciou a aquisição de 127 novos veículos para fortalecer a proteção das escolas. Além disso, estão sendo destinados R$ 33 milhões para os programas de Patrulha Escolar e Proerd, que atenderão a mais de 1.100 escolas.
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