A doença falciforme, uma condição genética que afeta principalmente a população negra, pode ser diagnosticada precocemente e tratada de forma integral pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais. Anualmente, cerca de 140 crianças são diagnosticadas com a doença por meio do Programa de Triagem Neonatal (PTN) no estado.
De acordo com Rosa Maria dos Santos, referência técnica na Coordenação de Saúde Indígena e Políticas de Promoção da Equidade em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a divulgação de informações sobre a doença e os serviços assistenciais disponíveis é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. "É importante qualificar os profissionais de saúde em todos os níveis de atendimento para que possam identificar sintomas e crises agudas, além de adotar ações de promoção da saúde e prevenção de agravos", explica Rosa Maria.
A doença falciforme é caracterizada por alterações nas hemácias do sangue e pode se manifestar de maneiras diferentes em cada pessoa. O diagnóstico é realizado através do Teste do Pezinho, feito entre os três e cinco primeiros dias de vida. Para adultos que não foram diagnosticados na infância, o exame indicado é a eletroforese de hemoglobina.
Entre os sintomas mais comuns da doença estão artralgia, mialgia, fadiga intensa, palidez, icterícia, atraso no crescimento, úlceras nos membros inferiores, tendência a infecções e problemas em órgãos como os pulmões, coração e rins. Caso não tratada, a doença pode levar a complicações graves, como anemia crônica, crises dolorosas, infecções, AVC, entre outras.
O tratamento para a doença falciforme em Minas Gerais é oferecido desde a Atenção Primária à Saúde até os serviços especializados ambulatoriais e hospitalares. A Fundação Hemominas é uma das principais referências no estado, com cerca de 8 mil pacientes cadastrados. Acompanhamento médico contínuo é essencial para o manejo da doença, com uma equipe multidisciplinar orientando os pacientes e suas famílias a identificar rapidamente sinais de gravidade, tratar as crises e prevenir complicações.
Com unidades de atendimento em várias cidades mineiras, como Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros e Uberaba, a doença falciforme representa o maior número de pacientes atendidos nas 11 unidades especializadas do estado, garantindo suporte integral aos pacientes ao longo de sua vida.
Diagnóstico e tratamento da doença falciforme, que afeta predominantemente a população negra, estão disponíveis pelo SUS em todo o estado.
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