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Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2024
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Geral

Dona Luiza Pinicão – A boiada chora sua morte

Nossas Riquezas Pretas de Juiz de Fora EXTRA

Alexandre Müller Hill Maestrini
Por Alexandre Müller Hill...
Dona Luiza Pinicão – A boiada chora sua morte
Antônio Carlos Lemos Ferreira
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Por Alexandre Müller Hill Maestrini

Desculpe, tô triste, carente e incomodado, por isso precisei de ouvidos e abraços na forma de escrita e literatura que conforta. Compartilho que faleceu ontem parte da história viva de Juiz de Fora e do Morro da Boiada. O Bairro Santo Antônio chora a morte de Dona Luiza Pinicão, que será enterrada hoje no Cemitério Municipal às 10 horas do dia 22.08.2023 com muitas lembranças e carinho. Morreu ontem, na bela tarde do dia 21.08.2023, “mais uma daquelas mães emprestadas que a gente arruma pelo caminho”, chorou o poeta Antônio Carlos Lemos Ferreira para poder superar sua imensa dor, dor somente igual com a perda de nossos queridos genitores tão cedo. Para Dona Luiza Pinicão, nascida em 1935, história viva do Município de Juiz de Fora, o poeta escreveu o poema “Arraialete”:
Morro da Boiada
a Raiz Primeira
da Juizforanidade
Hoje foi um dia desses, difícil é enterrar a querida mãe emprestada D. Luiza Pinicão de 88 anos, moradora do Sítio São Joaquim e herdeira desse Morro da Boiada. Uma mulher negra, guerreira, única, filha e neta de pretos que deram origem ao bairro Santo Antônio - Morro da Boiada, a partir do Sítio São Joaquim. E Juiz de Fora vai perdendo sua memória viva sem muito alarde, como casarões antigos demolidos na calada da noite. Que pena Juiz de Fora! Dona Luiza teve uma vida inteira ligada aquele lugar: “nasceu e morreu por lá, com todos os percalços, que cada um de nós em vida teve e tem. Combateu o bom combate e se manteve de pé”, comentou Antônio Carlos. “Todo meu apreço, carinho, respeito, gratidão e amorosidade, por essa linda pessoa, e aos seus, que tanto ajudaram a compreender este pedaço singular e ancestral da nossa cidade”, homenageou .


Para D. Luiza Pinicão com muita gratidão, em 2016 o poeta Antônio Carlos Lemos Ferreira (foto acima esquerda com D. Luiza) escreveu logo ao acordar o poema “Localidade: Boiada”:
O Morro da Boiada
É onde o povo o colocou.
No topo da Serra da Boiada.
Na subida pro Retiro
Sentido centro-bairro-
Atual-
Santo Antônio.
O Prof. e poeta Antônio Carlos Lemos Ferreira em maio de 2016, no Bairro Tiguera, na Boca da Noite e recordando o Buraco Quente escreveu em homenagem ao Sr Chico Pinicão, pai de Dona Luiza o histórico poema “Morro da Boiadaria”:
Sítio São Joaquim
Onde nasceu o saudoso Chico Pinicão
Herdeiro Legítimo daquele lugar
Filho de outro Pinicão com Romana Vial
beliscador brincalhão da orelha de menino
daí o jocoso apelido - desde o patriarca
Trabalhador em carroção de burro pra família dos Garcia
Alcoólatra por enfermidade
Baixinho na estatura - Enorme na generosidade
Cantador – Calangueiro...
Parceiro de Sr. Argemiro e Seu Nelson Silva

“OH! Abre Alas, que Eu Quero Passar!!!...”
Dono do ‘Arraial’
Benfeitor do terreno da capela da Serra
na descida das boiadas rumo ao matadouro.

E da ponte do Artur Mentiroso à padaria do Lauro
-Pai de Dona Luíza -
Mãezona deste Bairro

Avó - Bisavó de muitos descendentes
Família conturbada - como tantas outras
Igualmente honrada - como outras tantas.
Negros nas Origens
Simples em seu dia-dia - Benfeitores e benfazejos
Portão da Mina aberto diariamente saciando a sede da comunidade
Quintal generoso, com bananeiras, cercado de bambus, de onde surgiu, lentamente
o Bairro Santo Antônio
Devemos muito a eles pela manutenção desta história
praticamente intacta
Entretanto: muito Mal Contada.
Por que será???
Pinicão faleceu no fim dos anos sessenta
-Recontemos então esta história!!!

Viva Dona Luiza, Viva Sr. Chico Pinicão que por circunstâncias da vida era alcoólatra e bebia atá cair, e isso envergonhava muito a família, além do apelido de “Família Pinicão”. Aos parentes e amigos de Dona Luiza Pinicão: “saibam que o seu nome jamais será esquecido e ficará eternizado no Lugar”. Que a sua família não se deixe perder com este epíteto “estranho” e mau compreendido: "Família Pinicão".

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FONTE/CRÉDITOS: Antônio Carlos Lemos Ferreira
Alexandre Müller Hill Maestrini

Publicado por:

Alexandre Müller Hill Maestrini

Alexandre Müller Hill Maestrini é professor de alemão no Instituto Autobahn e autor de quatro livros: Cerveja, Alemães e Juiz de Fora, Franz Hill – Diário de um Imigrante Alemão, Lindolfo Hill – Um outro olhar para a esquerda e Arte Sutil.

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