O começo difícil de uma vida não significa necessariamente uma vida inteira difícil. Se você acredita que o começo da sua vida não foi o ideal, preciso te lembrar que os nossos começos não determinam o nosso final. Não, definitivamente a proposta aqui não é focar no positivo e esquecer as suas dores e feridas.
O fato é que as nossas dores costumam marcar a nossa vida e se permitimos, elas rotulam, inclusive, quem somos. Um fracasso em uma área da sua vida, não faz de você um fracassado. Uma rejeição não faz de você uma pessoa rejeitada. Você não precisa se deixar resumir pelo rótulo da sua dor.
Às vezes, precisamos sim observar a dor de perto. Respeitar as nossas feridas e cicatrizes, entender quem nos tornamos depois do que nos aconteceu e feriu profundamente a nossa alma. Observar o que sentimos sem resistir, nomear os nossos sentimentos, conversar sobre eles... Enfim, se permitir simplesmente sentir. É preciso atravessar a dor para passar por ela. Ou melhor, é preciso deixar que a dor nos atravesse para conviver melhor com quem somos.
O convite não é puxar a cadeira do lamento e permanecer indefinidamente sentado nela. Mas é perceber a dor, se permitir sentir e compreender o que ela nos diz. O que ela significa? Não precisamos romantizar a dor, precisamos nos permitir sentir.
É preciso seguir em frente. Colocando o foco da sua atenção no seu próximo passo e movendo-se em direção a linha de chegada.