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Sabado, 15 de Marco de 2025
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Juiz de Fora

Vacinação contra a Dengue continua com baixa adesão em Juiz de Fora

Mesmo com o aumento significativo dos casos de dengue, a cidade enfrenta resistência à vacinação, o que pode agravar o cenário de saúde pública em 2025.

Cristiane Oliveira
Por Cristiane Oliveira
Vacinação contra a Dengue continua com baixa adesão em Juiz de Fora
A baixa adesão à vacinação e o crescimento dos casos positivos para o sorotipo 3 da dengue têm gerado preocupação entre os especialistas (Foto: Felipe Couri).
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Em Juiz de Fora, os casos de dengue aumentaram drasticamente em 2024, com um crescimento alarmante de 954% em comparação com 2023. Foram registrados 16.081 casos da doença na cidade, além de dez mortes, um aumento significativo em relação ao ano anterior, que contou com 1.525 casos e apenas um óbito. Contudo, mesmo com esse aumento expressivo de casos e a ameaça iminente de epidemias futuras, a adesão à vacinação contra a dengue segue em números preocupantes, com grande parte da população ainda sem a primeira dose.

De acordo com os dados disponibilizados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), cerca de 81% da população-alvo da vacinação contra a dengue ainda não recebeu a primeira dose do imunizante, enquanto quase 95% não completaram o esquema vacinal com a segunda dose. Mesmo com 13.806 doses recebidas pelo município até 2024, o suficiente para vacinar aproximadamente 47% do público-alvo, a cobertura vacinal permanece baixa, o que gera preocupação, principalmente diante da recente disseminação de um novo sorotipo da doença.

O esquema vacinal estabelecido pelo Ministério da Saúde visa imunizar crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que apresenta o maior número de internações devido à dengue. Porém, a vacina ainda não foi liberada para pessoas idosas, que estão entre os grupos mais vulneráveis.

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Apreensão com o Sorotipo 3 da Dengue

Outro fator que tem gerado receio entre os especialistas é a crescente circulação do sorotipo 3 do vírus da dengue. Esse sorotipo não circulava de forma predominante no Brasil desde 2008 e, por isso, uma grande parte da população, inclusive as crianças, não possui imunidade contra ele. De acordo com análises recentes, estados como São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná estão registrando o maior número de casos de dengue, com um aumento substancial de infecções pelo sorotipo 3. Esse sorotipo pode causar formas mais graves da doença, aumentando as chances de internações e complicações. O médico infectologista Rodrigo Souza alerta para o fato de que, mesmo indivíduos que já tiveram dengue não estão imunes ao vírus de outros sorotipos, e isso pode aumentar a propagação da doença.

Cobertura Vacinal e a Importância do Esquema Completo

A baixa adesão à vacinação, juntamente com a circulação do sorotipo 3, pode resultar em um aumento no número de internações, uma vez que esse vírus tende a ser mais agressivo para os não-imunizados. A vacina contra a dengue, chamada Qdenga, é eficaz contra os sorotipos 1, 2 e 3, sendo que sua maior eficácia é contra o sorotipo 2. Especialistas ressaltam que o cumprimento do esquema vacinal é crucial para garantir a imunização completa e diminuir o risco de surtos na população. Até o momento, a PJF está oferecendo a vacina nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade e no Departamento de Saúde da Mulher, Gestante, Criança e Adolescente.

Aumento dos Casos e Expectativa para 2025

Apesar da crescente incidência de casos de dengue em 2024, a previsão para 2025 também é preocupante. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) projeta um aumento no número de casos no próximo ano devido à alta circulação viral e à intensificação das condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti. O último Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2024 indicou que Juiz de Fora está classificada como "médio risco" para a proliferação do vetor. O início de 2025 trouxe um cenário ainda mais preocupante, pois as condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento do mosquito são predominantes no verão, facilitando a criação de focos em diversos ambientes urbanos, como pneus, garrafas e outros recipientes.

Fábio Prezoto, professor de Zoologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), explica que o acúmulo de água nas cidades é um dos principais impulsionadores da proliferação do mosquito. Prezoto destaca que as chuvas regulares favorecem a criação de ambientes propícios para o desenvolvimento de larvas do mosquito Aedes aegypti, intensificando o risco de surtos.

Ações de Combate e Medidas Preventivas

Em resposta ao aumento da incidência de dengue, a SES-MG tem intensificado as ações de combate e monitoramento da doença. O governo estadual segue adotando medidas de prevenção, como a capacitação de profissionais de saúde, campanhas de conscientização para eliminar focos de criadouros e o uso de novas tecnologias, como drones e ovitrampas, para identificar locais com acúmulo de água parada. A iniciativa de geomonitoramento com drones já está em andamento, permitindo a detecção de focos em áreas de difícil acesso, como caixas d'água e piscinas descobertas. Em 2024, esse programa já mapeou 45.057 hectares em 394 cidades mineiras, identificando mais de 100 mil potenciais criadouros.

Além das ações de saúde pública, a SES-MG também orienta a população a adotar medidas preventivas, como o uso de repelentes, a instalação de telas em janelas, a remoção de objetos que possam acumular água e a vedação de reservatórios e caixas d'água. A dengue é uma doença que pode causar febre, dores musculares, fadiga e, em casos graves, complicações que podem levar ao óbito. O Ministério da Saúde destaca que a maioria dos óbitos por dengue pode ser evitada com a detecção precoce e tratamento adequado.

Conclusão: A Urgência da Vacinação e da Prevenção

Diante do crescimento dos casos de dengue e da iminente ameaça de novas epidemias, é urgente que a população de Juiz de Fora adote medidas preventivas mais eficazes e que a adesão à vacinação aumente substancialmente. Especialistas alertam para a importância da imunização, que, combinada com ações de controle e prevenção, pode minimizar os impactos da doença. O combate à dengue depende da colaboração de todos, desde a vacinação até a eliminação de focos do mosquito transmissor, a fim de evitar um cenário ainda mais grave nos próximos meses.

Para informações adicionais sobre a vacinação, consulte o Ministério da Saúde ou a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.

 
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Cristiane Oliveira

Publicado por:

Cristiane Oliveira

Técnica em Administração e estudante do 7º período de Jornalismo na Uniasselvi.

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