Publicado na renomada revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros e britânicos destaca o papel crucial da tolerância social no aprendizado de novas habilidades entre macacos-prego (Sapajus libidinosus). O trabalho foi realizado no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, e financiado pela FAPESP, com colaboração da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Durham, no Reino Unido.
Principais Descobertas
O estudo demonstrou que macacos-prego que mantêm relações sociais baseadas em atividades como brincadeiras e catação de parasitas têm maiores chances de aprender com seus pares. Segundo Camila Galheigo Coelho, autora principal do estudo e pesquisadora da USP, o aprendizado ocorre principalmente por observação direta e é influenciado pela tolerância social entre os membros do grupo.
“Nossas observações alimentaram um modelo matemático que mostrou que a tolerância social é essencial para prever quem aprenderá com quem dentro do grupo”, explicou Coelho. Jovens indivíduos também foram mais propensos a observar e aprender com machos adultos bem-sucedidos.
Metodologia do Experimento
Durante nove meses, dois grupos de macacos foram observados na Serra da Capivara. Um experimento controlado foi conduzido com o uso de uma caixa projetada para liberar recompensas comestíveis por meio de dois mecanismos: empurrar uma porta azul ou puxar uma alavanca verde. Apenas um indivíduo de cada grupo foi treinado previamente pelos pesquisadores.
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Quando a caixa foi apresentada aos grupos, os pesquisadores registraram que outros indivíduos rapidamente observaram e aprenderam com o companheiro treinado. Contudo, a dinâmica de aprendizado variou conforme a estrutura social dos grupos:
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Grupo maior e mais subdividido: O aprendizado se disseminou rapidamente dentro de subgrupos, com 57,5% dos membros aprendendo a tarefa.
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Grupo menor e mais coeso: A presença de um macho dominante limitou o acesso à caixa, resultando em apenas 36,7% dos membros aprendendo a habilidade.
Contexto e Relevância
O estudo faz parte de um projeto de longa duração coordenado pelo professor Eduardo Ottoni, da USP, pioneiro na investigação do uso de ferramentas e aprendizado social entre macacos-prego no Brasil. Desde os anos 1990, pesquisas em populações selvagens revelaram comportamentos complexos, como o uso de pedras para abrir cocos e varetas para capturar insetos.
“A evolução cultural não humana é uma janela para compreendermos processos maiores da evolução biológica”, pontuou Ottoni, também coautor do estudo.
Implicações e Futuro
Os resultados evidenciam que a estrutura social e a tolerância influenciam diretamente a capacidade de transmissão cultural entre macacos-prego, levantando questões sobre as raízes do aprendizado em sociedades humanas e não humanas. O estudo também destaca a importância da preservação de hábitats e grupos sociais para a manutenção de comportamentos culturais em espécies selvagens.
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