Um drone utilizado para lançar granadas em favelas da Zona Norte do Rio de Janeiro tem uma autonomia de voo de 46 minutos e pode percorrer até 15 km de distância. O modelo, encontrado na comunidade do Quitungo, controlada pelo Comando Vermelho (CV), é da marca DJI, líder mundial na fabricação de drones.
A Polícia Civil está tentando identificar o responsável por pilotar o equipamento que lançou a granada na comunidade. Moradores relatam que traficantes do Complexo de Israel e do Quitungo, ambas comunidades da Zona Norte e rivais, têm usado drones para lançar explosivos.
Investigações revelaram que um dos modelos usados no conflito é o DJI Mavic 3, que custa entre R$ 19 mil e R$ 21 mil no site oficial do fabricante. Com um zoom digital potente, a câmera do equipamento é capaz de capturar vídeos e fotos em alta definição. Este drone pode atingir uma altura de até 6 km, embora a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) recomende que voos não ultrapassem 120 metros para evitar invasões no espaço aéreo de aeronaves tripuladas.
Leonardo Cardoso, piloto profissional e instrutor de voo de drones, explicou que a distância máxima de voo depende de diversos fatores, como interferências no sinal de GPS, causadas por obstáculos na cidade, como prédios e morros. Apesar dessas possíveis interferências, o especialista considera o drone muito eficiente, até mesmo para carregar peso adicional. "Esse modelo sofisticado tem uma bateria que permite voos de até 15 km. No entanto, condições como vento forte, manobras frequentes ou carga pesada podem reduzir essa autonomia. Mesmo assim, ele consegue cobrir grandes distâncias", afirmou Leonardo.
O drone utilizado também conta com a função "piloto automático" (Return to Home), que faz com que ele retorne ao ponto de decolagem caso perca o sinal ou a bateria esteja fraca.
Imagens divulgadas mostram criminosos monitorando alvos com drones antes de lançar as granadas. Em um dos vídeos, registrado no Morro do Quitungo, o drone carrega uma granada pendurada por um barbante. O controlador, posicionado a mais de 1 km de distância, balança o drone para soltar a granada, que cai próximo a um ponto de venda de drogas. Segundo Leonardo, essa manobra é arriscada, pois pode desestabilizar o drone e causar sua queda.
Leonardo também destacou que existem drones específicos para o transporte de carga, como mercadorias e produtos agrícolas, mas eles são maiores e diferentes dos utilizados nas favelas do Rio. Para ele, quem controlou o drone tinha experiência e conhecimento técnico do equipamento, considerando que o voo foi realizado à noite, sem o auxílio dos sensores de obstáculos.
Testemunhas relataram que cinco homens ligados ao tráfico ficaram feridos pelos estilhaços da granada lançada por drone no Quitungo. Contudo, a polícia não encontrou vítimas em hospitais. Um drone chegou a cair na casa de uma moradora.
No Complexo de Israel, dominado pelo Terceiro Comando Puro (TCP), o drone foi visto monitorando a comunidade, mas sem realizar ataques. Ele passou próximo ao símbolo da comunidade, a Estrela de Davi, associada ao traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão. Durante a pandemia, Peixão expandiu seu controle na região, proibindo cerimônias religiosas e quebrando terreiros de religiões de matriz africana.
A Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) já abriu uma investigação para apurar o caso.
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