O dia 7 de setembro é comemorado todos os anos em nosso país como o dia da nossa independência, isto é, o dia em que o Brasil colocou fim aos laços coloniais que existiam entre ele e Portugal. Teve como grande personagem Pedro de Alcântara, também conhecido, depois de sua coroação, como Dom Pedro I. Outro personagem que se destacou nesse contexto foi José Bonifácio de Andrada e Silva, um dos grandes articuladores da nossa independência. A independência do Brasil aconteceu como reflexo direto da tentativa da burguesia portuguesa de recolonizar o Brasil e de reverter os avanços que tinham acontecido no país — principalmente nas questões econômicas — durante o Período de Dom João VI..
Com a chegada da família real ao Brasil, uma série de mudanças aconteceu no país, como abertura aos portos, autorização dos comerciantes a negociarem com os ingleses, instalação de bibliotecas e museus como forma de incentivo à cultura, desenvolvimento de uma pequena imprensa etc.
Essas e outras mudanças resultaram, em pouco tempo, no aumento populacional da cidade do Rio de Janeiro e em um maior desenvolvimento econômico, principalmente dos comerciantes que passaram a negociar com os ingleses com base nos Tratados de Comércio e navegação d e1810 Por fim, o grande marco que tornou clara a nova condição do Brasil aconteceu em 1815, quando o rei D. João VI elevou o Brasil à condição de reino, o que significou que o Brasil deixava de ser uma colônia.
Contudo, o domínio dos portugueses sobre o Brasil parecia consolidado, com exceção do caso da Revolução Pernambucana de 1817. A nova condição do Brasil, no entanto, não agradava aos portugueses, sobretudo porque Portugal vivia uma crise interna (política e econômica) muito grande que estava relacionada, principalmente, com a ausência do rei e com a liberdade econômica que tinha sido dada ao Brasil.
A reação portuguesa à crise que havia atingido o país provocou a Revolução Liberal do Porto, que eclodiu em 1820. Nesse momento, a questão “independentista” no Brasil estava sob controle, desde a derrota do movimento rebelde de Pernambuco. A Revolução Liberal do Porto foi organizada pela burguesia portuguesa, que se baseava nos ideais liberais, como o próprio nome já sugere.
Os portugueses formaram em Portugal uma espécie de Assembleia Nacional, nomeada de Cortes Gerais, que tinha como grande objetivo enfrentar a crise econômica que afetava o país. As cortes passaram a exigir duas coisas de imediato: o retorno de D. João VI a Lisboa e o rebaixamento do Brasil à condição de colônia.
No Rio de Janeiro, principalmente, houve grande insatisfação, sobretudo com as tentativas dos portugueses de revogar o tratado de 1810 com os ingleses. Além disso, é claro, houve insatisfação com a iniciativa dos portugueses de quererem rebaixar o Brasil à condição de colônia novamente.
O rei D. João VI ficou dividido, na dúvida se retornaria ou não a Portugal, mas a ameaça a seu trono pelas cortes fez com que ele retornasse para Lisboa em abril de 1821. Ele retornou a Portugal com cerca de 4 mil pessoas e um grande volume de ouro e de diamantes do Brasil. Seu filho, no entanto, permaneceu aqui com um conselho de seu pai: “Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás respeitar, do que para algum desses aventureiros”. A partir desse momento, iniciou-se a regência de Pedro de Alcântara no Brasil.
Durante a regência de D. Pedro no Brasil, as cortes portuguesas continuavam a tomar medidas que aumentavam a insatisfação dos brasileiros com Portugal. Destacam-se aqui os decretos das cortes que estipulavam a remoção e a transferência para Portugal das principais instituições administrativas que haviam sido instaladas no Brasil por D. João VI, o envio de novas tropas portuguesas ao Rio de Janeiro e, o mais grave de todos, a exigência do retorno imediato para Lisboa do príncipe regente D. Pedro.
Esses decretos, somados à intransigência das cortes durante as negociações e ao tratamento inadequado dado aos brasileiros (os relatos contam sobre o uso de termos desdenhosos dos portugueses com os brasileiros) reforçaram a tendência no Brasil à separação, isto é, para sua independência. Surgiu, a partir daí, todo um movimento formado pela elite brasileira para que D. Pedro permanecesse no Brasil.
Esse movimento resultou, em 9 de janeiro de 1822, no Dia do Fico. Nesse dia, durante uma audiência do Senado, D. Pedro teria dito as seguintes palavras: “Como é para bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto; diga ao povo que fico.” Mesmo com o teor dessas palavras, os historiadores afirmam que ainda havia uma vontade em muitos de que o Brasil mantivesse vínculo com Portugal.
Antes, a sequência de acontecimentos foi levando o Brasil ao caminho da ruptura, ou seja, da independência. Durante todo esse processo, duas pessoas tiveram papel-chave na liderança exercida por D. Pedro no nosso processo de independência: sua esposa, Maria Leopoldina, e José Bonifácio de Andrada e Silva.
Em maio de 1822, foi decretada uma ordem, conhecida como “Cumpra-se”, que determinava que todas as ordens emitidas em Portugal só teriam validade no Brasil se fossem legitimadas pelo príncipe regente. Em junho de 1822, foi decretada a convocação para a formação de uma Assembleia Constituinte no Brasil. Essas duas medidas reforçaram a visão de que D. Pedro possuía apoio interno suficiente para desafiar as cortes portuguesas.
A postura das cortes portugueses permaneceu irreconciliável e intolerante com os interesses brasileiros. No dia 28 de agosto, novas ordens de Lisboa chegaram ao país: D. Pedro deveria retornar imediatamente a Portugal, os privilégios da abertura do país até então, seriam revogados e os ministros de D. Pedro, presos por traição.
A ordem convenceu Maria Leopoldina de que a ruptura entre Brasil e Portugal deveria acontecer de imediato e, em 2 de setembro, ela assinou o decreto de independência para, logo em seguida, despachá-lo com urgência para D. Pedro, que estava em viagem a São Paulo. regente foi alcançado no dia 7 de setembro, às margens do rio Ipiranga.
D. Pedro, que naquela circunstância estava acometido de problemas intestinais, recebeu as mensagens, atualizou-se das ordens vindas de Portugal e declarou a Independência do Brasil. Esse foi considerado o marco da Independência. A partir desse momento, o Brasil seria organizado como uma monarquia e procuraria reconhecimento internacional.
A Independência do Brasil, no entanto, não foi pacífica como muitas pessoas pensam. Uma guerra de independência foi travada entre “brasileiros” (aqui se incluem brasileiros e portugueses favoráveis à nossa independência) e portugueses em diferentes partes do Brasil. Essa guerra foi travada porque algumas das províncias negaram-se a declarar lealdade ao movimento independentista iniciado por D. Pedro. Com isso, foi necessário mobilizar tropas para garantir a unidade territorial do Brasil.
Foram realizados combates em diferentes partes do país, e as províncias rebeldes foram Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Cisplatina. A guerra estendeu-se até 1824, e seu desfecho levou ao reconhecimento da nossa independência pelos portugueses em 1825. Hoje, as comemorações são marcadas por desfiles realizados pelo Exército brasileiro e por estudantes de diversas escolas. Na capital, Brasília, em 2023, serão realizados desfiles de membros das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica).
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