Por Alexandre Müller Hill Maestrini, professor e escritor
Todo mundo quer um futuro brilhante para o país, mas hoje nos encontramos num beco sem saída, polarizado como interessa aos grandes grupos para evitar o debate real sobre “qual é o Brasil que queremos?”. Há muita cortina de fumaça com temas banais que impedem que se discuta nos núcleos familiares e de amizade um projeto de bem estar coletivo de nação.
Talvez com esse parágrafo inicial todos concordem, mas para que possamos realmente decidir será preciso que a maioria da população possa conhecer as propostas de futuro e não simplesmente eleja uma ou um prefeito, governador, presidente, etc. Digo isso, pois muito pouca gente se lembra em quem votou nas últimas eleições e muito menos acompanha e cobra a execução daquilo que foi prometido. Mas o que os eleitores não se dão conta é que ao votar estão dando uma “procuração” legítima para que este ou aquele cidadão ou cidadã legisle ou execute no interesse dos eleitores e eleitoras.
Pense bem, você daria uma procuração em branco para uma pessoa resolver onde você moraria, comeria, investiria seu dinheiro, faria a reforma de sua casa? Com certeza a resposta é “nunca”, porém o voto é exatamente isso; o eleito recebe nosso “voto de confiança” para representá-lo. Mas para se chegar à essa constatação e votar em pessoas que nos representem, precisaremos clareza de pensamento, instrução educacional e sentimento de pertencimento.
A revolução do voto começa na educação, na capacidade de ler, analisar e decidir com base nas próprias necessidades e visões de mundo. Mas na contra mão desta necessidade, hoje a maioria ainda prefere as frases curtas do Twitter, aceitam os comentários de uma pessoa no Facebook, se informam nos grupos de Whatsapp e Telegram e acham que o mundo é aquilo que se espalha pelo mundo virtual. O que a maioria se esquece é que a vida é decidida na realidade, ninguém consegue em 160 letras do se informar de verdade.
Como mudar esta realidade vai depender de todo mundo ter a real capacidade de ler um plano de governo e analisar se o proposto vai ser bom ou ruim para a sociedade e assim decidir se voto SIM ou NÃO, se vou dar meu voto para o candidato A ou B com base em propostas aprofundadas e não em falas de “boca pra fora”, sem compromisso de serem cumpridas.
Estamos nos aproximando de outro período eleitoral e ainda dá tempo de se informar com profundidade sem se levar por paixões. Se a gente não aprendeu a fazer isso, não é nossa culpa, pois era isso que muitos políticos sempre quiseram, MASSA DE MANOBRA. Vamos mudar o jogo? Então busquemos profundidade, analisemos os candidatos, suas vidas, suas propostas, seus legados, seus passados, seus aliados e seus inimigos. Ainda dá tempo de o povo se informar e TOMAR AS RÉDEAS de suas próprias decisões.