A dor na coluna lombar é um problema importante no mundo inteiro. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), 7 em cada 10 pessoas apresentarão crises incapacitantes de dor lombar ao longo da vida. Além disso, no Brasil, a dor na coluna lombar sempre foi a principal causa de afastamento do trabalho (exceto em 2021, ano no qual os afastamentos por COVID-19 superaram em número os afastamentos por dor lombar).
Diversos fatores contribuem para a alta frequência de dor lombar na população brasileira, incluindo sedentarismo, obesidade, tabagismo e a má-postura (particularmente durante a jornada de trabalho).
De acordo com o médico neurocirurgião Dr Thiago Rodrigues, a musculatura da coluna lombar é fundamental para a manutenção da postura adequada e para evitar a dor lombar. Desta forma, manter a musculatura da coluna lombar estável e forte, é uma das principais medidas de prevenção da dor lombar. Além disso, a prática de atividades físicas que promovam a hipertrofia dos músculos desta região é aconselhável mesmo nas pessoas que já apresentaram crises de dores lombares.
Em relação às pessoas que estão acima do peso (sobrepeso ou obesidade), o neurocirurgião orienta que seja realizado uma perda de peso de forma gradual, evitando-se regimes alimentares agressivos. Isto devido ao fato de, durante uma perda de peso acelerada, geralmente ocorre perda importante da musculatura da coluna lombar.
A boa notícia é que a imensa maioria das crises de dor lombar são autolimitadas, ou seja, melhoram espontaneamente em pouco tempo (cerca de 1 a 2 semanas). Porém, existem sinais e sintomas, que quando ocorrem concomitantemente com a crise de dor lombar preocupam, os chamados sinais de alerta: Alterações urinárias, História ou fatores de risco importantes para Osteoporose, Fraqueza nos músculos da coxa e perna, Perda de peso acentuada e não intencional, Febre, História prévia de Câncer e/ou Imunossupressão e por último, a piora da dor quando o paciente deita.
É aconselhável procurar por profissionais da saúde (médico(a)) quando ocorrer uma crise de dor lombar, para que o paciente seja avaliado e que seja afastada as causas de maior gravidade.
Já nas dores crônicas da coluna lombar (aquelas dores que persistem por mais de 3 meses), a chance de melhora espontânea é muito baixa. Nestes casos, é necessário uma investigação ampla das causas da dor e, uma vez descoberta a causa, o tratamento deve ser mais agressivo.
Em se tratando de dor lombar, assim como na maioria das doenças, a prevenção é a melhor medida a ser tomada.
Drº Thiago Rodrigues
Neurocirurgião da Universidade Federal de São Paulo, especialista no tratamento das dores da coluna.
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