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Domingo, 08 de Setembro de 2024
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Ame de verdade, sem dependência emocional

Autora: Mônica Reis de Oliveira

Mônica Reis
Por Mônica Reis
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Ame de verdade, sem dependência emocional
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Falar sobre dependência emocional é falar sobre o amor também. E falar sobre amor
romântico e relacionamentos, sempre pareceu um tema escorregadio. Talvez, falar sobre
violência e ausência do amor seja mais fácil, por que afinal de contas esse sempre foi um
assunto que recebeu mais atenção.


O amor romântico tal como conhecemos hoje parece ser uma novidade na história da
humanidade. Há alguns séculos atrás os casamentos eram concebidos através de negociações
e promessas entre famílias. E talvez, por ser um assunto delicado e complexo, vivemos numa
sociedade onde as ideias sobre o amor podem ser tão equivocadas.


A dependência afetiva assume um disfarce que pode, muitas vezes, ser difícil de ser
percebido. Ela se disfarça de amor. Mas o amor não gera sofrimento e depressão,
dependência emocional sim.

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Quem nunca assistiu, seja nas novelas, nos filmes ou nas séries os personagens que
compunham o par romântico dispararem: “ - A minha vida não tem sentido sem você!” E a
cena se seguia de um beijo de tirar o fôlego. Quantas fantasias são criadas e alimentadas em
torno do par romântico. Em algumas culturas a expectativa do amor romântico recebe tanta
valorização que a vida sem essa experiência seria um desperdício.


Então, tudo o que sobra da vida do indivíduo, necessariamente, ficaria dependendo de quão
bem sucedida seria essa experiência. Nesse sentido, a realização profissional e acadêmica, a
criação dos filhos, os outros relacionamentos com familiares e amigos, o desenvolvimento da
própria espiritualidade e todo o resto fariam sentido apenas se o relacionamento amoroso
fosse satisfatório.


Fato é que num relacionamento o amor é importante, mas ele não é a ‘única coisa’ que faz
com que um relacionamento dê certo. O apego irracional faz com que você perca a sua
identidade e comece a assumir um anexo da identidade do outro.


Mas não para por aí. O autor Walter Riso, no livro “Amar ou depender” defende a ideia de
que depender de uma pessoa para “ser feliz” é uma forma de se enterrar em vida, um ato de
automutilação psicológica, onde presenteamos irracionalmente ao outro a nossa essência.
A dependência emocional traz consigo a ideia de uma urgência em encontrar o outro e um
desgaste emocional com pensamentos sobre o parceiro que parecem o funcionamento de um
dependente químico. A pessoa que desenvolve esse apego doentio pode sofrer algo parecido
na ausência do parceiro, uma espécie de ’síndrome de abstinência’. Então é comum ouvirmos
histórias de pessoas que, por exemplo, investem grande quantidade de tempo e esforço
apenas para estarem com os seus parceiros.


E claro que num relacionamento normal, é comum a troca. Desejar o seu companheiro,
querer viver com grandes expectativas o momento de estar em seus braços e desfrutar do
prazer da presença do outro. Mas na dependência emocional, mesmo quando há um maltrato,
não há libertação quando isso é necessário.


Num relacionamento com independência afetiva não há indiferença, insensibilidade ou frieza.
Mas os indivíduos ali envolvidos conseguem lidar com o relacionamento sem destruir a sua
identidade. Eles também são capazes de lidar com o medo que vem da ideia do abandono do
outro de uma maneira saudável, sem adoecer ou gerar estresse para o parceiro.

 

Em contrapartida, num relacionamento com dependência emocional, o indivíduo pode ser
tomado pelo medo (que por vezes é irreal) desse abandono, que acaba lidando com o outro
como se a qualquer momento o abandono fosse acontecer, ficando vulnerável ao ciúmes.
Ciúmes, que para alguém que desenvolveu a dependência emocional pode assumir
características patológicas.


Então, dos muitos caminhos e possibilidades para lidar com a dependência emocional e
desenvolver maneiras de se desenvolver de maneira saudável, receber a ajuda e apoio talvez
seja o mais importante deles. Além disso, há a necessidade de fazer o caminho da descoberta
do amor próprio e do autorrespeito.

 

Autora:
Mônica Reis de Oliveira, nordestina, mãe de três garotos, profissional de psicologia, atua no
âmbito clínico, ajuda pessoas a superarem a depressão, ansiedade, conviverem e integrarem o
luto em suas vidas e a vencerem seus desafios, mudanças e transições, tendo uma vida mais
leve.

Comentários:
Mônica Reis

Publicado por:

Mônica Reis

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