14 de janeiro de 2025
Uma pesquisa realizada com 153 idosos, de 60 a 89 anos, trouxe avanços significativos para a prevenção de quedas, um dos principais problemas de saúde nessa faixa etária. O estudo, financiado pela FAPESP e publicado na revista BMC Geriatrics, propõe alterações em um teste clínico amplamente utilizado para avaliar o equilíbrio, tornando-o mais simples, eficaz e capaz de prever quedas com até seis meses de antecedência.
Segundo Daniela Cristina Carvalho de Abreu, coordenadora do Laboratório de Avaliação e Reabilitação do Equilíbrio (Lare) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), o modelo vigente do teste de equilíbrio, que exige 10 segundos em quatro posições diferentes, pode não ser suficiente para identificar casos de risco moderado. “Descobrimos que aumentar o tempo de avaliação para 30 segundos em apenas duas posições mais desafiadoras (tandem e unipodal) melhora significativamente a capacidade preditiva do teste”, afirma.
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Resultados promissores
O estudo acompanhou os voluntários por seis meses após a realização dos testes e revelou que, para cada segundo adicional que o idoso mantinha a posição tandem ou unipodal, o risco de queda diminuía 5%. Essa abordagem permite prever quedas futuras e facilita intervenções preventivas, como exercícios para melhorar o equilíbrio ou investigações mais detalhadas sobre possíveis causas do desequilíbrio.
Além disso, os pesquisadores utilizaram uma plataforma de força para medir oscilações corporais durante as posições, mas constataram que o tempo mantido nas posições tandem e unipodal já é suficiente para prever o risco de queda, eliminando a necessidade de equipamentos caros.
Simplificação do diagnóstico
A pesquisa reforça a importância de realizar testes de equilíbrio como triagem anual para pessoas acima de 60 anos. Com as mudanças sugeridas, o exame pode ser feito em clínicas e postos de saúde de forma acessível, sem a necessidade de equipamentos especializados.
“A queda muitas vezes marca o início de um declínio na qualidade de vida do idoso, mesmo sem ferimentos graves. Por isso, a identificação precoce do risco é essencial para prevenir perda de autonomia e mobilidade”, destaca Abreu.
Os resultados do estudo abrem caminho para uma aplicação mais ampla e eficiente do teste, facilitando sua adoção em consultas de rotina e promovendo uma atenção mais cuidadosa à saúde dos idosos.
O artigo completo pode ser acessado em: BMC Geriatrics.