Um aspecto crucial no ingresso de estudantes em universidades públicas através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) ou vestibulares é a escolha entre concorrer por ampla concorrência ou cotas.
Imaginemos um jovem de baixa renda que se autodeclara pardo e é aprovado para uma vaga reservada às cotas. Como ele pode comprovar sua identificação com os critérios raciais estabelecidos? A palavra do aluno basta ou há necessidade de uma verificação?
O processo de verificação varia de acordo com as políticas de cada universidade. Algumas instituições aceitam apenas a autodeclaração do candidato, enquanto outras optam por implementar comitês de heteroidentificação.
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Os comitês de heteroidentificação consistem em bancas compostas por especialistas que analisam a aparência física do candidato para determinar se ele é socialmente identificado como negro. Esta análise fenotípica não leva em conta a ancestralidade do candidato, mas sim como ele é percebido pela sociedade no cotidiano.
Embora os defensores das cotas argumentem que os comitês são necessários para evitar fraudes e garantir que as vagas sejam direcionadas aos grupos corretos, há críticas de que esse processo pode ser constrangedor e subjetivo para os candidatos.
Portanto, a utilização dos comitês de heteroidentificação e os critérios de avaliação dos candidatos variam entre as universidades, refletindo a complexidade das políticas de inclusão e diversidade no ensino superior.