As investigações que culminaram nesta operação começaram em julho de 2024, quando o corpo de um homem foi encontrado no Córrego do Onça, em Orizânia, em um crime que parecia estar ligado à disputa pelo domínio do tráfico de drogas na região. Na primeira fase da operação, um casal foi preso por envolvimento direto no homicídio que gerou a investigação.
De acordo com o delegado Thales Borges Muniz, as investigações revelaram uma complexa rede criminosa com envolvimento em tráfico de drogas e homicídios. “Um dos presos era oriundo do Rio de Janeiro e se apresentava como membro de uma facção carioca. Ele usava essa falsa posição para aliciar tanto homens quanto adolescentes para o tráfico”, explicou o delegado.
Muniz ainda acrescentou que o suspeito utilizava métodos violentos para consolidar seu poder na região, eliminando traficantes vulneráveis, como idosos ou aqueles sem histórico de confrontos armados. A morte do homem encontrado no córrego foi um exemplo claro dessa estratégia de expansão da rede criminosa, que visava ampliar o controle sobre o tráfico em Orizânia.
A operação L'État, c'est moi envolveu a expedição de dez mandados de prisão, sete mandados de internação provisória, além de buscas domiciliares. Cerca de 50 policiais civis participaram da ação, com o apoio das delegacias regionais de Viçosa, Leopoldina, Ubá e Muriaé. Todos os detidos, incluindo os adolescentes apreendidos, foram encaminhados para as unidades competentes e estão à disposição da Justiça.
O nome da operação, L'État, c'est moi, que significa “O Estado sou eu” em francês, é uma frase histórica atribuída ao rei Luís XIV, e foi escolhida como uma resposta a uma música criada pelo grupo criminoso que desafiava o poder do estado, alegando que seu controle sobre as regiões era mais forte e eficaz que a presença do poder público. Segundo o delegado Thales Muniz, a escolha do nome reforça a mensagem de que a PCMG está agindo de forma decisiva para garantir a presença do Estado e restabelecer a ordem nas áreas dominadas pelo crime.
Essa operação reafirma o compromisso da Polícia Civil em combater o tráfico de drogas e outras formas de violência que comprometem a segurança e o bem-estar da população mineira, mostrando que o Estado não será desafiado nem substituído pelas facções criminosas.
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