O Governo de Minas Gerais ampliou, neste mês de abril, o Teste do Pezinho para a detecção de 60 doenças, um passo importante na promoção da saúde infantil. A conclusão da terceira fase dessa expansão foi anunciada nesta quarta-feira (30/4) pelo governador Romeu Zema, acompanhado do secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, e do secretário de Estado de Governo, Marcelo Aro.
"É uma grande alegria anunciar que Minas Gerais é o primeiro estado do Brasil a realizar o teste do pezinho expandido. Essa conquista permitirá que muitas crianças tenham doenças detectadas precocemente, evitando agravamentos ou sequelas", destacou Zema.
O exame identifica doenças raras de origem metabólica, genética e infecciosa nos primeiros dias de vida dos bebês. Desde 1994, o Programa de Triagem Neonatal de Minas Gerais (PTN-MG), coordenado pela SES-MG, vem evoluindo continuamente. Inicialmente focado na triagem de fenilcetonúria (PKU) e hipotireoidismo congênito (HC), o programa incorporou a doença falciforme em 1998 e, ao longo dos anos, passou a incluir novas condições, ampliando as chances de diagnóstico precoce e tratamento adequado para milhares de crianças mineiras.
"Sabemos que o diagnóstico é apenas o primeiro passo. Depois dele, vêm o tratamento, a medicação e o acompanhamento. Não adianta fazer o diagnóstico sem garantir a continuidade do cuidado, e tudo isso foi sendo conquistado ao longo do tempo. Esse avanço é gigantesco", afirmou o secretário Marcelo Aro.
Desde 2022, a ampliação do teste ganhou força, com a inclusão progressiva de novas doenças, além de investimentos na qualificação dos profissionais de saúde, melhorias no acolhimento às famílias e avanços logísticos no transporte de amostras e insumos. Em 2024, a segunda fase elevou o número de doenças triadas para 23, e em fevereiro de 2025, outras 25 foram adicionadas. Agora, em abril, mais 12 condições foram incluídas, totalizando 60 doenças detectáveis pelo Teste do Pezinho.
"Com essa expansão, proporcionamos mais humanização e conforto às famílias, que não precisarão fazer deslocamentos longos, além de garantir que a equipe de saúde tenha todas as informações necessárias para o cuidado. Estamos lidando com uma rede que ninguém mais no Brasil construiu", destacou Baccheretti.
Cuidado integral
Em Minas Gerais, todas as crianças diagnosticadas com alguma doença pelo Teste do Pezinho são imediatamente encaminhadas para tratamento multidisciplinar, com acompanhamento contínuo em centros de referência na rede pública estadual. O modelo garante uma atenção integrada entre os diferentes níveis de cuidado — primário, especializado e hospitalar —, priorizando a integralidade, o acolhimento e a qualidade de vida das crianças e suas famílias.
Atualmente, o estado conta com referências em doenças raras no Hospital João Paulo II, da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), e no Hospital das Clínicas da UFMG, ambos em Belo Horizonte, além do Hospital Universitário da UFJF em Juiz de Fora. Outros centros de atendimento incluem o Hospital Júlia Kubitschek, da Fhemig, e o Centro de Especialidades Multiprofissionais Dr. Gê, em Bom Despacho.
Com a ampliação do Teste do Pezinho, a Rede de Cuidado das Doenças Raras também será ampliada, incorporando novos centros de atendimento, como o Hospital Universitário Clemente de Faria, em Montes Claros, gerido pela Unimontes, e outros hospitais universitários federais geridos pela Ebserh. A rede também contará com suporte de teleconsulta, possibilitando atendimentos à distância em todos os 853 municípios mineiros.
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