O café de Minas Gerais, tradicional símbolo da cultura brasileira, tem encontrado solo fértil no mercado chinês. Entre 2019 e 2023, as exportações do grão para a China dispararam, registrando um crescimento impressionante de 1.120% na receita e 780% no volume exportado. A combinação de uma mudança nos hábitos de consumo da população chinesa, com a crescente demanda por alimentos de qualidade, contribuiu para o salto das vendas. Em 2019, o estado exportou 135 mil sacas, gerando US$ 20,5 milhões. Quatro anos depois, esse número saltou para 1,2 milhão de sacas, movimentando US$ 250 milhões.
O preço da saca de café também acompanhou esse avanço, com uma valorização de 40% no período, consolidando o café mineiro como um produto de alta aceitação no mercado chinês. Para produtores como Allan Botrel, da Fazenda Monjolo, em Três Pontas, a expansão para o mercado asiático representa uma nova fronteira. Mesmo que o mercado chinês ainda não seja o principal destino de suas exportações, o crescimento é evidente. Segundo Botrel, um dos grandes diferenciais do café mineiro é a rastreabilidade, vinculada à preservação ambiental, um atributo cada vez mais valorizado pelos consumidores internacionais.
O programa Certifica Minas, promovido pelo governo estadual, desempenha um papel crucial na qualificação e competitividade dos produtores locais. Focado na certificação de propriedades agrícolas, o programa oferece suporte para que produtores, especialmente os pequenos e familiares, possam atender às exigências dos mercados externos. Lívia Martinez, extensionista agropecuária da Emater-MG, destaca que o programa incentiva uma mudança estrutural nas fazendas, garantindo não só a qualidade do produto, mas também a segurança fitossanitária e a sustentabilidade ambiental, aspectos essenciais para conquistar mercados exigentes como o chinês.
Outro fator que impulsiona o crescimento das exportações é a transformação cultural na China. Embora o chá ainda seja a bebida preferida, o consumo de café, especialmente entre os jovens e mulheres, tem ganhado espaço. Estima-se que 330 milhões de chineses, ou cerca de um quarto da população, já incluíram o café em seus hábitos diários. Esse cenário é reforçado pela parceria estratégica firmada entre o Brasil e a rede chinesa Luckin Coffee, que prevê a importação de cerca de 120 mil toneladas de café brasileiro, movimentando US$ 500 milhões nos próximos anos.
Com o crescimento contínuo das exportações e o reconhecimento da qualidade do café mineiro no mercado chinês, Minas Gerais solidifica sua posição como um fornecedor estratégico para a China. "O sucesso nas exportações do café mostra que estamos preparados para atender a demandas globais com qualidade, infraestrutura e segurança", afirma o secretário de Agricultura de Minas Gerais, Thales Fernandes. O avanço do café mineiro no gigante asiático abre caminho para novas oportunidades de negócios e fortalece a imagem de Minas como um estado exportador de excelência.
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