Fotografia do Blog Mauricio Resgatando o Passado a Historia de Juiz de Fora
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Igreja Nossa Senhora da Gloria
Morro da Glória
Avenida dos Andradas, 855
Em 1878, a Companhia União e Indústria doou ao Culto Católico da colônia alemã um terreno, no Morro da Gratidão, próxima à Estação de Diligências, para a construção de uma capela “ sob a invocação de Nossa Senhora da Glória”
A obra projetada pelo arquiteto Miguel Lallemant foi financiada com recursos obtidos através de doações dos colonos, em dinheiro ou material
Um dos que contribuíram foi o Frei Capuchinho Américo Hoffer de Prags, o primeiro capelão da colônia alemã.
A primeira Igreja da Gloria foi consagrada em agosto de 1879, e seria palco de uma disputa judicial e de acontecimentos trágicos.
Em 1883, o frei Américo de Prags decidiu retornar à sua terra natal, na Europa, alegando motivos de saúde
A diretoria do Culto Católico, decidiu, então, contratar outro capelão,o italiano Roque Gaetani
Menos de um ano depois, o frei Prags retorna e tenta ser reintegrado ao cargo
Apela aos paroquianos, que organizavam abaixo-assinados
a seu favor.
Sem sucesso, o frei decide recorrer ao bispo de Mariana, que o nomeia vigário da colônia
Mas, proibido de reassumir pela comissão diretora, que ignora a determinação do bispo, o frei leva o caso à justiça
Angustiado com a demora da questão, resolve tomar o seu lugar à força
Impedido de entrar na igreja, passa mal e morre
Por volta de 1920, a igreja já não comportava o aumento de fiéis
A torre, que ameaçava ruir, teve de ser demolida
Os paroquianos já providenciavam a construção de uma nova igreja, quando, em 1923, a velha capela foi invadida e destruída em um incêndio criminoso
Em 25 de agosto do mesmo ano, a atual Igreja da Gloria foi inaugurada e benta
No terreno do lado, já existia, desde 1860, um cemitério para os colonos
O cemitério foi dividido em uma parte católica e outra evangélica, devido à intolerância do padre Tiago, que proibiu sepultamentos conjuntos.
A história de Juiz de Fora sempre foi marcada por rivalidades, consentidas ou não
Católicos e protestantes, brancos e negros e moradores do núcleo formado por Mariano Procópio, no Morro da Gratidão, e os do centro da cidade
Em torno da Companhia União Indústria, surgiu o povoado de colonos alemães que vieram trabalhar na empresa do Comendador Mariano. Em torno da companhia, instalada na rua Bernardo Mascarenhas, trabalhavam cerda de 150 operários livres e cem aprendizes
Com eles foram, surgindo a escola agrícola, os armazéns, os depósitos de café, a chácara do comendador – hoje Museu Mariano Procópio, e a Estação da estrada de ferro Pedro II
Com a decadência da companhia, a partir de 1878, a área, urbanizada pelo arquiteto Miguel Lallemond, foi loteada e começou a ser vendida
Os próprios colonos adquiriram o terreno e formaram o bairro que chegou a ser chamado de Marianópolis
Texto Fonte Tribuna de Minas
Acervo Carlos Eduardo Silva Gonçalves