A Penitenciária Doutor Manoel Martins Lisboa Júnior, localizada em Muriaé, na Zona da Mata, é a mais recente instituição prisional em Minas Gerais a implementar fábricas que proporcionam empregos para detentos, gerando benefícios para todos os envolvidos. No início deste mês, em colaboração com a empresa HC Quality, a penitenciária deu início à produção de aventais destinados a procedimentos hospitalares e industriais, contando com a mão de obra de 10 presos. Cada detento tem como meta produzir 400 itens diariamente. Os aventais serão inicialmente armazenados em um depósito da HC, na própria cidade, com a perspectiva de futuramente envolver presos em atividades extramuros. Posteriormente, os produtos serão encaminhados para o estado de São Paulo.
A instalação da fábrica de aventais dentro da penitenciária foi realizada pelos próprios detentos, que também foram responsáveis pela manutenção das máquinas fornecidas pela empresa parceira e pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG). Para garantir a produção de produtos de qualidade, os presos participaram de um curso de qualificação em costura, com duração de dez dias, fornecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Todos os envolvidos na produção terão direito à remissão da pena, conforme estabelecido pela Lei de Execução Penal (LEP), além de 3/4 do salário mínimo.
Eduardo Nonato, diretor de Atendimento da unidade, destacou que o projeto não apenas promete impactar positivamente a rotina dos detentos envolvidos, mas também representa uma oportunidade de ressocialização e criação de oportunidades dentro do sistema prisional. Ele afirmou: "É uma grande conquista, por se tratar de uma frente de trabalho interno, envolvendo presos do regime fechado. Já estamos com projeto e iniciaremos a expansão, trazendo toda a parte de corte dos tecidos para dentro da unidade, gerando mais oportunidades de trabalho interno”.
Para atingir a meta diária de centenas de aventais, os presidiários passarão por cursos adicionais de aprendizagem. Nos próximos dias, participarão de uma oficina de enfesto e corte de tecido, também com o apoio do Senai. O diretor de Atendimento tem metas ambiciosas para a produção e vê a Penitenciária de Muriaé com grande potencial no negócio. "Além do bom trabalho, a unidade tem uma localização estratégica em relação aos eixos rodoviários e ajudará a suprir a demanda de aventais para procedimentos médicos para além de Minas Gerais”, concluiu.
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