O juiz titular Tarcisio Correa de Brito, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª Região, determinou que a empresa Goretti Irmãos Ltda. (Gil) forneça as certidões dos imóveis que possui. Conforme a decisão judicial que a RCWTV teve acesso nesta quinta-feira (5), a intenção é que, após a entrega da documentação, a Justiça expeça “mandado de penhora e avaliação em relação a eventuais bens bloqueados via Renajud [Restrições Judiciais sobre veículos Automotores] e/ou de tantos outros quantos bastem ao pagamento da dívida”. Com a empresa no centro de uma grave crise financeira, a greve parcial dos rodoviários segue em curso. Em resposta aos atrasos de salários e benefícios, o movimento grevista – inicialmente com a paralisação de 100% da categoria – teve início na última sexta-feira (30).
Na decisão emitida na terça-feira (27), o juiz concedeu um prazo de até 20 dias para que os documentos solicitados à Gil sejam entregues. A advogada do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Juiz de Fora (Sinttro-JF), Elisângela Márcia do Nascimento, esclarece que outras medidas judiciais já estão sendo tomadas. “O Sindicato também já ajuizou uma ação no TRT pedindo o bloqueio dos bens da empresa e dos sócios. Estamos aguardando a decisão do pedido de liminar”, explicou.
Após reunião no MPT nesta quinta, situação dos rodoviários segue indefinida
Na reunião no Ministério Público do Trabalho (MPT) nesta quarta-feira (4), o Sinttro defendeu a transferência das linhas e dos funcionários da Gil para as outras empresas que integram o sistema de transporte público da cidade. “A Viação Tusmil manifestou interesse em absorver cerca de 200 trabalhadores. Já a Ansal não citou a quantidade aproximada, mas disse que poderia empregar a maior parte dos rodoviários, caso assumisse todos os equipamentos da Gil. A Viação São Francisco não se manifestou”, disse Vagner Evangelista, presidente do Sinttro.
No entanto, a Auto Nossa Senhora Aparecida Ltda (Ansal), por meio de sua assessoria, negou a existência de conversas iniciais para que as linhas da Gil sejam integradas à frota da empresa. A RCWTV não conseguiu contato com as demais empresas de transporte público.
A Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) disse que o processo de repasse de linhas da Gil não pode ser decidido pelas empresas, pois existe um contrato em vigência com a Prefeitura de Juiz de Fora. Nesse sentido, a pasta esclarece que a Administração Municipal “já está avaliando o que pode ser feito, mas ainda não há nada decidido”.
Ainda de acordo com o presidente do Sinttro, o representante da Gil teria dito, na reunião, que não há previsão de pagamento dos salários e benefícios em atraso. A RCWTV também tentou contato com Fernando Goretti, diretor da Gil, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno.
Nesta sexta-feira (6), às 14h, acontecerá uma reunião entre o Sinttro, funcionários da Gil e representantes da empresa visando uma conciliação salarial.
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