A mais recente pesquisa da Quaest traz alertas cruciais para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Declarações polêmicas e oscilações nos preços dos alimentos nas últimas semanas têm cobrado um preço alto na popularidade do líder petista, resultando em um aumento exponencial na rejeição, principalmente em setores já refratários a ele.
A comparação feita por Lula entre a guerra em Gaza e a Segunda Guerra Mundial teve uma repercussão majoritariamente negativa, especialmente entre os evangélicos. Segundo o Professor Felipe Nunes, há uma identificação desse grupo com Israel, o que amplificou a rejeição à declaração de Lula.
A pesquisa revela que 60% dos eleitores consideraram as palavras de Lula como "exageradas". Esse percentual aumentou para 69% entre os evangélicos.
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Além disso, um aumento sazonal nos preços dos alimentos contribuiu para minar parte da base de apoio de Lula e intensificar a polarização política. A pergunta feita pela Quaest - "O governo Lula se preocupa com pessoas como você?" - revelou uma divisão na opinião pública. Enquanto mulheres, nordestinos, os mais pobres e os católicos tendem a acreditar que o governo se preocupa com eles, homens, brancos, habitantes do Sul e Sudeste e evangélicos tendem a discordar.
Nunes enfatiza que Lula enfrenta um dilema complexo, pois, apesar do slogan "União e Reconstrução", a percepção é de que o governo está apostando na polarização, o que pode gerar consequências negativas, já que o outro lado se sente excluído.
Esses resultados destacam desafios significativos para o governo Lula, que precisa equilibrar as demandas de sua base de apoio com a necessidade de unir o país. A polarização política e as percepções divergentes sobre as políticas do governo continuarão a ser um obstáculo importante para Lula e sua administração.