Os citricultores de Minas Gerais têm até a próxima segunda-feira, 15 de julho, para entregar o relatório de vistoria do HLB/greening, referente ao primeiro semestre de 2024. Essa ação, que é obrigatória, visa proteger as plantações de citros contra o huanglongbing (HLB), também conhecido como greening, uma doença que acomete produções de citros em todo o mundo e não tem cura.
De acordo com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a cultura da tangerina em Minas Gerais é a mais atingida por essa praga, resultando em uma perda significativa da produção em um ano. Embora a progressão da doença em limoeiros e laranjeiras ocorra de forma mais lenta, essas plantações também exigem atenção. A enfermidade é transmitida por um psilídeo, um inseto minúsculo que se espalha a partir de um ponto central.
O IMA alerta os citricultores para o envio do relatório de vistoria do HLB/greening, disponível no site do IMA, até o dia 15 de julho. Essa ação obrigatória, determinada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), exige uma vistoria documentada trimestralmente nos municípios onde há ocorrência do HLB/greening e nos municípios limítrofes. Os produtores devem contratar um engenheiro agrônomo certificado pelo curso de Certificado Fitossanitário de Origem (CFO), ministrado pelo IMA.
O gerente de defesa sanitária vegetal do IMA, Leonardo do Carmo, explica a importância do envio das informações. "O envio das informações é importante para que possamos, como órgão oficial, ter conhecimento de como está a distribuição do HLB nos municípios e nas propriedades afetadas pela doença. Além disso, permite ao produtor conhecer a situação da praga em seu pomar e tomar as medidas mais adequadas para o controle."
Minas Gerais é o segundo maior produtor de laranja do Brasil, responsável por 6,4% da produção nacional, correspondendo a mais de mil toneladas por ano, ficando atrás apenas de São Paulo, que detém mais de 70% da produção brasileira. O estado também ocupa a segunda posição nacional na produção de limão, com 6,4% da produção brasileira, e na produção de tangerina, responsável por mais de 20% da produção nacional, equivalente a 225 mil toneladas por ano.
As medidas adotadas pelo IMA visam proteger o estado da praga, que, uma vez instalada, requer a destruição dos pomares para evitar a disseminação para propriedades vizinhas. “No último semestre, mais de 200 mil plantas tiveram que ser destruídas em Minas Gerais devido à rápida disseminação da praga entre folhas e frutos, representando, também, um grande risco para as regiões limítrofes. A presença da doença dificulta a venda dessas frutas no mercado, pois a indústria de sucos e os comerciantes locais não querem adquirir um produto sem a qualidade esperada", reforçou Leonardo.