André Julião | Agência FAPESP – Um estudo recente revelou que a exposição de ratas grávidas a um canabinoide sintético — capaz de ativar os mesmos receptores cerebrais da maconha — provoca efeitos duradouros nos filhotes, que se estendem até a vida adulta. Problemas cardiovasculares em fêmeas e maior suscetibilidade a ataques de pânico em machos são alguns dos impactos observados. A pesquisa foi publicada no American Journal of Physiology – Lung Cellular and Molecular Physiology, destacando as preocupações sobre o uso de canabinoides durante a gestação.
Realizado com o apoio da FAPESP, o estudo foi conduzido por pesquisadores da Unesp e da USP, e complementa trabalhos anteriores sobre os efeitos da exposição a canabinoides em filhotes de roedores (leia mais).
Um Alerta Crescente para a Saúde Pública
Os resultados desse estudo acendem um importante alerta para a saúde pública, mostrando que os impactos da exposição intrauterina ao canabinoide não se limitam ao período neonatal. Os problemas persistem até a fase adulta dos animais, com consequências que afetam tanto o sistema cardiovascular quanto o respiratório. Isso reforça a necessidade de maior conscientização sobre os riscos do uso de canabinoides por mulheres grávidas.
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Os especialistas apontam que a regulamentação e o uso terapêutico de substâncias derivadas do canabidiol devem ser feitos com extrema cautela, especialmente quando o público-alvo inclui gestantes. Este alerta não se refere apenas aos riscos diretos para as mães, mas principalmente às consequências irreversíveis para os filhos.
Diferenças entre Machos e Fêmeas
Outro ponto de destaque do estudo é a diferenciação dos efeitos entre machos e fêmeas. Nos machos, houve maior sensibilidade ao dióxido de carbono (CO2), o que pode estar associado a ataques de pânico, frequentemente manifestados em tentativas de fuga durante os testes. Já nas fêmeas, os impactos foram mais concentrados no sistema cardiovascular, com quadros de hipertensão, taquicardia e distúrbios no sono sendo registrados com maior intensidade. Essas descobertas estão de acordo com estudos anteriores que já indicavam a necessidade de análises mais aprofundadas sobre a diferença entre sexos na resposta ao canabinoide.
Segundo a pesquisadora Luciane Gargaglioni, coordenadora do estudo, “as respostas ao canabinoide variam consideravelmente entre machos e fêmeas, sugerindo que os efeitos da substância podem ser modulados por diferenças sexuais". Isso destaca a importância de incluir ambos os sexos nos estudos científicos, especialmente quando se trata de substâncias que afetam o desenvolvimento neurológico e respiratório.
Hipóteses e Possíveis Explicações
Uma possível explicação para essas diferenças entre machos e fêmeas pode estar relacionada aos hormônios sexuais. Nas fêmeas, o estrógeno parece exercer um efeito neuroprotetor, reduzindo os danos causados pela exposição ao canabinoide no desenvolvimento cerebral. Já nos machos, o desenvolvimento mais lento do sistema respiratório, especialmente durante o pico de testosterona, pode torná-los mais vulneráveis aos efeitos da substância.
Estudos sugerem que o cérebro dos machos se forma de maneira mais lenta durante o período fetal, especialmente nas áreas responsáveis pelo controle respiratório. Isso explicaria por que os machos exibiram maior sensibilidade ao CO2, o que pode levar a reações de pânico. Para mais detalhes sobre essas hipóteses, acesse o artigo completo.
Conclusões e Implicações Futuras
Os resultados desse estudo reforçam a necessidade de levar em conta as diferenças sexuais em pesquisas científicas, principalmente quando o foco são substâncias que afetam diretamente o desenvolvimento fetal. Muitas pesquisas ainda ignoram essas distinções e focam apenas nos efeitos observados em machos, o que pode levar a generalizações perigosas. Este estudo, por outro lado, sublinha a importância de realizar análises separadas para machos e fêmeas.
As implicações futuras dessas descobertas são amplas. Novas pesquisas deverão focar em como os canabinoides afetam o desenvolvimento respiratório e cardiovascular de maneira diferenciada entre os sexos, e como esses efeitos podem ser atenuados ou prevenidos com abordagens médicas mais específicas. Para mais informações e detalhes sobre as conclusões deste estudo, clique aqui.
Assim, o estudo não só levanta preocupações sobre o uso de canabinoides durante a gestação, mas também aponta para a necessidade de se investigar mais profundamente como essas substâncias afetam machos e fêmeas de maneiras distintas. Isso pode influenciar diretamente as políticas de saúde pública e a forma como regulamentações futuras sobre o uso de canabinoides serão estabelecidas. Para mais detalhes, leia mais aqui.
Considerações Finais
Essa nova perspectiva científica aponta que as políticas de regulamentação de canabinoides devem incluir uma análise mais criteriosa dos efeitos a longo prazo em bebês expostos intrauterinamente a essas substâncias. A ciência ainda tem muitos avanços a fazer, mas já se sabe que a exposição durante a gestação pode ser um fator determinante para problemas graves de saúde na vida adulta, tanto para o sistema respiratório quanto para o cardiovascular.
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Participe da Divulgação de Estudos sobre Canabidiol!
Você sabia que a exposição ao canabinoide durante a gestação pode impactar a saúde cardiorrespiratória e o sono na vida adulta? Saiba mais sobre essa pesquisa pioneira e ajude a ampliar o alcance do conhecimento.
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