Na 8ª Conferência FAPESP de 2024, a professora Marianne Hirsch, da Columbia University, refletiu profundamente sobre o trauma e o sofrimento histórico das comunidades judaicas, com foco na instrumentalização política dessas memórias. Como filha de sobreviventes do Holocausto, Hirsch destacou como o trauma da Shoah tem sido usado para justificar novas formas de violência, particularmente no contexto do conflito israelense-palestino.
Hirsch argumenta que o uso político do Holocausto não é recente, lembrando que pensadores como Hannah Arendt e Jean Améry já criticavam esse fenômeno desde os anos 1950. Ela mencionou como líderes e a mídia israelense frequentemente comparam o Hamas aos nazistas, criando uma retórica que desumaniza os palestinos. Ao longo da sua palestra, Hirsch questionou a cultura da lembrança e a forma como a ênfase no sofrimento judaico pode estar contribuindo para uma perpetuação de ciclos de violência.
A acadêmica também revisitou o conceito de "pós-memória", destacando como o trauma pode ser transmitido entre gerações, o que, segundo ela, pode reforçar um ciclo de vitimização e nacionalismo. Hirsch defendeu que a memória do Holocausto não deve servir como justificativa para novas opressões, mas sim ser utilizada como uma plataforma para promover justiça e solidariedade, incluindo para com os palestinos.
A palestra deixou claro que a reflexão sobre o trauma e a memória histórica é essencial para interromper ciclos de violência e promover um futuro de paz. Ela concluiu enfatizando que o legado do Holocausto deve ser um chamado à justiça, e não uma autorização para novas destruições.
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