BELO HORIZONTE (14/1/2025) – A tradicional região produtora de café no Sul de Minas começa a se destacar com uma nova cultura: a maçã. A primeira safra, que somou 30 toneladas de frutas, é o reflexo de um projeto inovador da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), com o objetivo de diversificar a produção agrícola e gerar novas fontes de renda para os pequenos produtores locais. O sucesso da colheita mostra que, mesmo com o clima mais ameno da região, é possível cultivar variedades de maçã que se adaptam bem às condições do Sul de Minas, como as variedades Eva e Princesa, que foram selecionadas pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) por sua resistência e capacidade de adaptação a climas menos rigorosos que os encontrados no sul do país.
O projeto, que abrangeu municípios como Alfenas, Guaxupé, Monte Santo de Minas, Guaranésia e Areado, tem como foco a compra conjunta de mudas, o fornecimento de assistência técnica especializada e o apoio contínuo aos agricultores, desde a escolha das áreas de plantio até o manejo das árvores e a colheita. De acordo com Kleso Franco Júnior, coordenador técnico da Emater-MG e responsável pelo projeto, a introdução da maçã na região do Sul de Minas não só trouxe diversificação para a produção agrícola local, mas também teve impactos positivos na economia da região. “Os agricultores estão muito satisfeitos com os resultados, especialmente porque em algumas propriedades, como em Guaranésia, o cultivo de maçã se somou a outros produtos, como pêssego e uva, que ampliam ainda mais a rentabilidade da propriedade”, afirmou Kleso Franco.
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Em Alfenas e Guaxupé, as propriedades participantes também servem como Unidades Demonstrativas, recebendo visitas de outros produtores que desejam conhecer a técnica de cultivo e a viabilidade da maçã em suas próprias áreas. Com a experiência adquirida, a expectativa é que a produção cresça exponencialmente nas próximas safras, atraindo mais produtores para o projeto. A diversificação é vista como uma alternativa viável para os agricultores que enfrentam dificuldades no cultivo do café devido a fatores climáticos, como as geadas, que impactam negativamente as lavouras de café. O agricultor Luís Celso Pedroso, por exemplo, que investiu no cultivo de maçã, pêssego e uva em uma pequena área de 0,5 hectare, está satisfeito com os resultados da primeira colheita, que rendeu 170 quilos de maçãs. “A experiência com a maçã tem sido muito positiva, principalmente porque a área disponível não é adequada para o cultivo de outras culturas como milho e soja”, explicou Pedroso.
O projeto também se destacou pelas parcerias estabelecidas com as prefeituras locais. Em Areado, a prefeitura forneceu mudas e insumos para 20 produtores, e com o sucesso inicial, a previsão é de que em 2025 o alcance seja ampliado para mais 20 agricultores, além da expansão das áreas plantadas. A parceria com as prefeituras tem sido fundamental para que os pequenos agricultores tenham acesso a recursos essenciais e apoio logístico, sem o qual a implementação de novas culturas como a maçã seria mais difícil.
Além disso, o projeto da Emater-MG contribui para o fortalecimento da agricultura familiar, com um foco especial em garantir que a produção atenda ao mercado regional e a programas institucionais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Com essa perspectiva, muitos dos agricultores que participam do projeto já começam a vender suas maçãs para feirantes locais, e a expectativa é que a produção atenda a mercados mais amplos nos próximos anos.
Kleso Franco Júnior também menciona que a diversificação da produção é um movimento estratégico para garantir maior segurança econômica para os pequenos produtores. A Emater-MG está promovendo o cultivo de outras frutas de clima temperado, como pêssego, uva e até goiaba, maracujá e citros, como parte de um esforço maior para fortalecer a resiliência da agricultura local. O projeto também se alinha à tendência de impulsionar a agricultura sustentável, garantindo que as práticas de cultivo respeitem o meio ambiente e tragam benefícios duradouros para as comunidades envolvidas.
Com os bons resultados obtidos na primeira safra e o crescimento contínuo das áreas plantadas, o futuro da maçã no Sul de Minas parece promissor. A Emater-MG continua monitorando de perto os projetos de diversificação e espera que, com o apoio de mais produtores e parcerias estratégicas, o Sul de Minas se torne uma referência na produção de maçãs e outras frutas, aumentando ainda mais as oportunidades de renda e o desenvolvimento da região.
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