O Centro de Pesquisa Aplicada em Inovação e Sustentabilidade da Citricultura (CPA) foi oficialmente lançado nesta quinta-feira (12/12), no Palácio dos Bandeirantes, durante o evento SP Agro. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a FAPESP, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP (Esalq/USP), com o objetivo de enfrentar os principais desafios fitossanitários da citricultura paulista, especialmente o greening, doença que afeta 44% dos pomares do estado em 2024.
Com um aporte total de R$ 200 milhões, sendo R$ 90 milhões diretamente investidos pelas instituições e o restante em contrapartidas não financeiras, o CPA promete transformar a citricultura no Brasil. Segundo o governador Tarcísio de Freitas, o centro é uma resposta direta à ameaça representada pelo greening, que já dizimou plantações na Flórida, nos Estados Unidos.
Uma resposta robusta ao greening e outras doenças
O greening, ou Huanglongbing (HLB), é considerado o maior desafio da citricultura mundial. Em São Paulo, a incidência da doença aumentou dramaticamente desde 2008, levando à condenação de milhões de árvores e ao aumento nos custos de produção. Além disso, doenças como a clorose variegada dos citros (CVC) e a morte súbita dos citros também são alvo das pesquisas do CPA.
“A citricultura paulista é um pilar da economia do estado, responsável por 8,2% das exportações e por 45 mil empregos diretos. Este centro de pesquisa é uma conquista que vai além da ciência, é uma ferramenta para a sustentabilidade econômica do setor,” afirmou Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.
Foco em pesquisa e inovação
O CPA atuará em diversas frentes de pesquisa, como:
- Patógeno-planta-vetor: estudo das interações e genética para controle de doenças;
- Manejo do greening: desenvolvimento de resistência genética e novas tecnologias de controle químico, biológico e físico;
- Sustentabilidade na produção: estratégias para reduzir perdas e custos;
- Impactos das mudanças climáticas na citricultura.
A estrutura do CPA será sediada na Esalq/USP, em Piracicaba, com participação de pesquisadores de instituições renomadas nacionais e internacionais, como Universidade da Flórida, Universidade de Cambridge e Embrapa.
Educação e transferência de tecnologia
Além das pesquisas, o CPA investirá na formação de recursos humanos e na disseminação de conhecimento. Cursos presenciais e a distância, assim como programas de pós-graduação, serão oferecidos para capacitar profissionais do setor.
Juliano Ayres, diretor-executivo do Fundecitrus, destacou a importância da iniciativa: “O CPA é um marco para a citricultura brasileira. É a realização de um sonho de um projeto que visa combater o greening e promover a sustentabilidade da nossa produção.”
Parcerias e perspectivas
A criação do CPA reforça a tradição de parcerias estratégicas da FAPESP e do Fundecitrus, que já obtiveram avanços importantes como o sequenciamento do genoma da bactéria Xylella fastidiosa, causadora do amarelinho. O novo centro agora mira a inovação, buscando soluções práticas e sustentáveis para os desafios futuros.
“O greening pode ser devastador, mas estamos confiantes de que, com ciência e tecnologia, vamos superar esse desafio. A citricultura paulista é um exemplo global, e continuará sendo,” concluiu Guilherme Piai, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
O CPA surge como um modelo de integração entre ciência, inovação e sustentabilidade, garantindo o futuro de uma das cadeias produtivas mais importantes do Brasil e do mundo.
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