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Sabado, 08 de Fevereiro de 2025
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Juiz de Fora

"Nossas vidas importam": Funalfa promove palestra sobre violência contra mulher LGBTQIA+

Ação tem como objetivo sensibilizar a sociedade para prevenir agressões à mulher

GERALDO GOMES
Por GERALDO GOMES
Ascom/PJF
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Em comemoração ao Dia Nacional da Justiça, nesta quarta-feira, 8, no Anfiteatro João Carriço, foi realizada uma palestra sobre o enfrentamento à violência contra a mulher LGBTQIA+. Organizada pela Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), a palestra foi conduzida pelas convidadas Dandara Felícia e Laura Conceição, com a mediação do assessor de comunicação da Funalfa, Tarcísio Moreira.

A iniciativa faz parte da campanha “Nossas vidas importam - 21 dias de ativismo pelo fim das violações de Direitos Humanos das mulheres”, articulada pela SEDH (Secretaria Especial de Direitos Humanos), com participação de toda Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). A ação tem como objetivo sensibilizar a sociedade para prevenir agressões à mulher.

“A proposta do encontro foi mostrar a multiplicidade feminina. Tivemos o discurso de uma mulher transexual e outra lésbica, demonstrando a pluralidade da questão do gênero e da sexualidade. Quisemos exaltar a importância desta diversidade e pontuar que a política pública deve ser ampla também neste sentido”, disse Tarcísio.

Dandara Felícia, servidora pública do Hospital Universitário da UFJF e coordenadora da Associação de Travestis, Transgeneres e Transexuais de Juiz de Fora (Astra), é a primeira travesti negra da pós-graduação da UFJF e compartilhou um pouco da sua vida com o público. “Aos 8 anos, já sabia que era travesti. Não imaginava o que realmente significava isto, só sabia que eu era. A sociedade patriarcal coloca que o ideal é o homem branco. É por isso que o Brasil é o país que mais mata travestis no mundo. A estimativa de vida de um travesti aqui é de 35 anos. Cheguei aos 41, mas reconheço que só alcancei esta idade porque negligenciei e reneguei a minha verdadeira identidade por muito tempo. Reivindicar nossa liberdade significa estar mais passível da morte”.

Segundo a coordenadora da Astra, apesar do Poder Público possuir dados sobre travestis que morrem de forma cruel, existem outras informações que não são registradas. “As microviolências sofridas em locais públicos, pela família e por estranhos são negligenciadas. As pessoas ficam assustadas com o número de assassinatos e com a nossa curta estimativa de vida, porém, grande parte dessas mortes não são contadas, pois ocorreram em virtude de suicídio”, explicou.

Representando as mulheres lésbicas, a poeta e MC, Laura Conceição, apontou a questão da falsa liberdade. “Na teoria, posso ir aonde quiser, mas quem garante que não vou sofrer algum tipo de violência? Somos apontadas como aquelas que recorrem a outra mulher por rejeição dos homens. É este tipo de pensamento que faz com que seis lésbicas sejam estupradas por dia no Brasil, pela falsa ideia de que os homens têm poder sobre nossos corpos. Tudo isto pelo simples fato de que somos mulheres”, contou a vice-campeã mineira de poesia falada em 2017 e autora do projeto “Poesia na escola”.

“De nada vale este encontro se não colocarmos em prática o combate a estas violências. Devemos bater na tecla da conversa sobre gênero e sexualidade com as nossas crianças e jovens. Quando estava entendendo a minha sexualidade, foi muito sofrido me aceitar. Isso desencadeou vários problemas, como depressão, que, em alguns casos, pode levar ao suicídio. Precisamos falar mais sobre este tema para romper o tabu e buscar uma sociedade mais igualitária”, enfatizou a poeta, concluindo sua participação com o seguinte poema:

“Essa é a minha história
Incrível causo vim contar
A poesia hoje me aflora
Trouxe versos na sacola
Dizem que sou criativa
Muita gente me incentiva
Surgiu então um babado
Pra desfazer meu falado
Eu assumo amar meninas
A sociedade me oprime
Alguns amigos têm vergonha
Mas se são minha cama e fronha
Então por que te desagrada?
Ó pátria amada
Me diz como entender
Faça parar de doer
Seus filhos estão amando,
E por isso estão sangrando
Enquanto eu falo, estão matando
Mais um LGBT
A mídia diz o que fazer
Mas não sou massa de manobra
A justiça uma hora cobra
E ninguém vem me defender
Meu filho vai aprender
A traçar suas batalhas
Não cair em fina malha
A não ser um otário
E que dentro de um armário
Só as crônicas de Nárnia
Adolescentes se mataram
Ontem suicidaram
E amanhã dirão adeus
É letal a hipocrisia
É mortal a transfobia
Até quando matarão os meus
Pra inflar o ego dos seus?
Meu deus
Porque mulheres morrem só por terem vagina?
E ainda mais mulheres morrem por não terem vagina
Você sabe me dizer?
Ou ao menos imagina?
Tô procurando uma resposta
Pro tamanho da chacina”

Outras informações:
(32) 3690-7331 ou [email protected] - Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH)

FONTE/CRÉDITOS: Ascom/PJF
GERALDO GOMES

Publicado por:

GERALDO GOMES

Fundador, diretor e presidente do Portal de notícias RCWTV. Trabalhou na TVE, TV pública de Juiz de Fora, como diretor de imagem, e depois empreendeu no ramo de eventos evangélicos com a empresa Gospel Videos. Mais tarde fundou a RCWTV,...

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