O fantasma da inadimplência continua a assombrar milhões de brasileiros, com o número de consumidores negativados atingindo níveis preocupantes, de acordo com um estudo realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Após dois meses de relativa estabilidade, o indicador aponta um pequeno aumento, com 66,80 milhões de consumidores, o que representa impressionantes 40,90% da população adulta do país, enfrentando dificuldades para manter suas contas em dia. Este cenário é uma chamada de alerta para a saúde financeira dos brasileiros.
O relatório mostra que o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 7,17% em relação ao mesmo período de 2022. Esse aumento ocorreu após um breve período de redução, destacando a fragilidade da situação econômica do país.
Os dados disponíveis, que abrangem informações de todas as regiões do Brasil, indicam que a variação anual observada em agosto deste ano ficou acima da verificada no mês anterior. Na passagem de julho para agosto, o número de devedores cresceu 1,14%.
José César da Costa, presidente da CNDL, aponta para uma possível reversão desse cenário desafiador nos próximos meses: "Apesar do pequeno aumento ocorrido em agosto, que se refere principalmente às dívidas vencidas de 1 a 3 anos, a tendência deve ser de queda dos inadimplentes nos próximos meses, uma vez que todo o cenário macroeconômico corrobora para essa direção. Os efeitos de variações da Selic levam entre três e seis meses para serem sentidos no mercado de crédito, o país já vive um momento de inflação mais baixa, melhora no mercado de trabalho, renda e confiança do consumidor".
O estudo também revela que a faixa etária mais afetada é a de 30 a 39 anos, com 23,74% dos inadimplentes. São 16,57 milhões de pessoas nessa faixa, o que significa que quase metade (48,59%) dos brasileiros nesse grupo etário estão com contas em atraso. A participação dos devedores por sexo é bem distribuída, com 51,10% mulheres e 48,90% homens.
Para combater esse cenário, programas como o "Desenrola" estão em fase inicial e podem trazer impactos positivos na inadimplência nos próximos meses. No entanto, Roque Pellizzaro Júnior, presidente do SPC Brasil, adverte: "Sabemos que, apesar do Programa, não devemos ter uma queda constante, e as oscilações devem ocorrer, já que o cenário de inadimplência atingiu patamares muito elevados nos últimos anos. Além disso, é necessário ficar atento à reincidência do consumidor, uma vez que 86% dos que pagam suas contas atrasadas depois retornam à inadimplência".
No que diz respeito ao montante das dívidas, cada negativado deve, em média, R$ 4.108,89, com a maioria das dívidas sendo relacionadas a bancos. É essencial que os brasileiros busquem orientação financeira e adotem práticas de gestão responsável de suas finanças pessoais para evitar o agravamento dessa situação alarmante de inadimplência.
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