A FAPESP deu um passo estratégico para consolidar o Brasil no cenário global de tecnologias quânticas com o lançamento do programa QuTIa (Quantum Technologies Initiative). Com um investimento inicial de R$ 31 milhões ao longo de cinco anos, a iniciativa busca acelerar o desenvolvimento de aplicações em áreas como sensoriamento, comunicação e computação quântica, além de atrair startups, talentos internacionais e fomentar a formação de recursos humanos qualificados no Estado de São Paulo.
O presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, destacou que o QuTIa complementa outros programas da fundação voltados a temas como inteligência artificial e mudanças climáticas. “O programa é uma oportunidade de criar um ecossistema robusto de tecnologias quânticas no Brasil, promovendo inovações que podem transformar setores estratégicos como saúde, segurança cibernética e computação”, afirmou Zago.
A ideia do QuTIa surgiu a partir de um documento publicado por pesquisadores paulistas em 2020, que apontaram a necessidade de mais investimentos na área para explorar propriedades da mecânica quântica, como superposição e emaranhamento. Essas propriedades têm potencial para revolucionar desde a detecção de doenças até a resolução de problemas computacionais complexos.
Já existem iniciativas em andamento graças ao programa. Um dos destaques é o projeto do físico colombiano Hans Marin Florez, da UFABC, que lidera o desenvolvimento do primeiro magnetômetro atômico do Brasil. O equipamento tem aplicações em saúde, como no estudo da função cerebral, e em indústrias, na inspeção de baterias sem uso de raios X. Outros projetos incluem a criação de armadilhas de íons para computação quântica e o desenvolvimento de transdutores quânticos modulares, que prometem avanços em sistemas de comunicação e medições de alta precisão.
A competição global por tecnologias quânticas, que movimenta investimentos bilionários em países como Estados Unidos e China, torna o programa QuTIa ainda mais relevante. Segundo Gustavo Wiederhecker, coordenador do programa e professor da Unicamp, a iniciativa é crucial para o Brasil desenvolver soluções próprias e reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras. “Estamos em um momento decisivo para posicionar o país nesse cenário estratégico”, afirmou.
Para 2025, estão previstas novas ações, como uma chamada conjunta com a Faperj para financiar projetos entre pesquisadores de São Paulo e Rio de Janeiro, além da criação de consórcios colaborativos que poderão receber até R$ 10 milhões. Essas parcerias devem incluir aplicações de defesa em colaboração com instituições militares como o Exército, a Marinha e a Aeronáutica.
O programa QuTIa reforça o compromisso da FAPESP com o avanço científico e tecnológico do Brasil, mirando não apenas na pesquisa básica, mas também em soluções práticas que possam impactar o desenvolvimento sustentável e a competitividade do país.
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