O Dia Internacional para uma Internet Segura, celebrado em 11 de fevereiro, coincide com o retorno às aulas de mais de 1,6 milhão de estudantes da rede estadual de Minas Gerais. A data traz à tona a relevância do monitoramento digital para garantir a segurança nas escolas e prevenir casos de violência extrema, como ataques a instituições de ensino.
O promotor de Justiça André Salles, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), alerta para a crescente preocupação com a cooptação de adolescentes através da internet. Embora muitas vezes as ameaças partam de indivíduos locais, frequentemente, esses jovens são recrutados por criminosos que se aproveitam do anonimato e da solidão proporcionada pelas redes sociais e jogos online. Salles lembra que, nos casos mais graves, os atacantes recebem incentivos em fóruns e jogos interativos, onde encontram pessoas que, no mundo real, não teriam contato.
Desde 2022, os ataques violentos a escolas têm se tornado mais frequentes, com um crescimento alarmante no número de casos de mortes, especialmente entre 2019 e 2023. De acordo com a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, nos últimos dois anos, houve 16 ataques, com quatro ocorrendo apenas no segundo semestre de 2022. O relatório aponta que a internet tem sido uma ferramenta crucial no planejamento e incentivo a esses crimes, uma vez que a maioria das ameaças é arquitetada no ambiente digital.
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No entanto, as ações preventivas também têm mostrado resultados positivos. Em 2023, 68% dos autores de ameaças a escolas em Minas Gerais foram identificados nas primeiras 24 horas após a notificação, evitando que os planos fossem concretizados. A colaboração da comunidade escolar, pais e alunos tem sido essencial nesse processo. A denúncia precoce de comportamentos suspeitos permite que as autoridades ajam rapidamente para impedir tragédias.
Além disso, Salles enfatiza a importância de os pais estarem atentos aos sinais de comportamento alterado nos filhos. Comportamentos como o interesse excessivo por notícias de violência, mudanças no estilo de vestuário ou no uso de símbolos extremistas, como o nazismo, são sinais de alerta. A cooptação, muitas vezes, ocorre de forma gradual, e esses comportamentos podem ser indícios de que o adolescente está sendo influenciado por mensagens de ódio ou raiva.
Para prevenir esse tipo de violência, o MPMG sugere a implantação de práticas de justiça restaurativa nas escolas. Essa abordagem, que envolve mediação de conflitos e valorização do diálogo, busca fortalecer os vínculos comunitários e reduzir a violência. O programa "Nós", realizado em parceria com diversas instituições, oferece treinamento a educadores e membros da comunidade escolar para a resolução pacífica de conflitos, ajudando a criar um ambiente mais seguro.
Em caso de suspeita de ameaça à segurança escolar, o MPMG recomenda que as denúncias sejam feitas imediatamente pelos canais: Disque 127 (MPMG), Disque 181 (Polícia Civil) ou Disque 190 (Polícia Militar). A prevenção é fundamental para evitar que tragédias aconteçam, garantindo um ambiente seguro para todos.
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