A Capela de Santo Antônio do Pompéu, em Sabará, um destacado patrimônio histórico e artístico da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), está passando por trabalhos de restauração desde o início deste mês. A iniciativa faz parte do programa Minas para Sempre, criado pelo Ministério Público de Minas Gerais em parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).
O objetivo do programa é recuperar, restaurar e conservar bens que compõem o patrimônio cultural do estado, visando melhorar ou restabelecer seu uso público e preservar para as gerações atuais e futuras.
Localizada no bairro Pompéu, um dos mais antigos do município e sede do tradicional Festival do Ora-Pro-Nóbis, a capela remonta à primeira metade do século 18, com registros de sua existência datando de 1731. Tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1958, a capela é feita de madeira e taipa, apresentando um cemitério e uma sineira em madeira. Seu altar único exibe características da primeira fase do Barroco em Minas Gerais, enquanto painéis nas paredes laterais e no forro retratam a vida de Santo Antônio.
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As intervenções, iniciadas em 10/1, abrangem a restauração de elementos artísticos, com as obras de reforma da cobertura da capela previstas para começar em fevereiro. O investimento total, superior a R$ 850 mil, é proveniente de medidas compensatórias ambientais, e a conclusão dos trabalhos está prevista para 2024.
O projeto de reforma é da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Pompéu (Amap) e foi selecionado pela Plataforma Semente, responsável por escolher e monitorar propostas contempladas no Minas para Sempre.
"Esse recurso veio em boa hora, pois a comunidade local luta há várias décadas para tentar reformar a capela, que é uma joia do século 18 e estava ameaçada de desabamento em função dos vazamentos e ação do tempo", destaca Wellington Cláudio da Fonseca, presidente da Amap.
O Minas para Sempre, lançado em julho do ano passado, já contemplou 11 projetos na primeira fase, recebendo aporte de R$ 17 milhões. A segunda fase, anunciada em dezembro, destina R$ 12,9 milhões em recursos de medidas compensatórias ambientais para dez projetos. Municípios e membros da sociedade civil interessados em participar do programa devem cadastrar seus projetos na Plataforma Semente, com ênfase na preservação e requalificação do patrimônio cultural do estado.
A análise e seleção são realizadas pela Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC) do MPMG e do Iepha a cada semestre. O promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais, destaca que o programa será um legado duradouro para os mineiros, buscando preservar o futuro ao restaurar o passado.