Uma mulher de 47 anos está sob custódia na Penitenciária José Edson Cavalieri, em Juiz de Fora, após ser acusada de raptar uma bebê em Uberlândia e realizar uma viagem irregular de mais de 850 quilômetros com a criança até a cidade de Muriaé.
O caso veio à tona quando a mãe da bebê procurou uma delegacia em Uberlândia para relatar o desaparecimento de sua recém-nascida. A mãe explicou que inicialmente havia considerado doar a bebê para uma mulher com a qual havia feito contato por meio das redes sociais. No entanto, posteriormente, ela mudou de ideia e decidiu que queria cuidar da filha.
"Ao sairmos do hospital após o nascimento da bebê, manifestei para ela que não queria mais dar a criança para adoção e que desejava cuidar dela. A mulher ficou visivelmente abalada, chorou e pediu um tempo de despedida, já que não pretendia ficar com a criança. Ela me enganou", relatou a mãe da bebê.
A mãe da recém-nascida já tem outros três filhos e alegou que não possuía condições financeiras para criar a criança, especialmente porque é estrangeira e havia se mudado recentemente da Venezuela para o Triângulo Mineiro.
De acordo com informações do Hospital de Clínicas de Uberlândia (HC-UFU), a mãe deu entrada na unidade de saúde no dia 26 de setembro para o parto, recebeu alta dois dias depois e saiu do local com o documento de nascido vivo da criança. Segundo os registros do HC-UFU, o nascimento da bebê ocorreu no dia 27 de setembro.
Versão da Acusada Revela História Complexa
A mulher acusada de sequestrar a criança negou veementemente aos militares ter cometido o crime e apresentou uma narrativa surpreendente. Ela afirmou ser a mãe legítima da bebê e deu detalhes sobre uma história que envolveu uma gravidez complicada.
Segundo a versão apresentada à Polícia Militar e ao próprio marido, a mulher afirmou que havia engravidado, mas devido a complicações, precisou de tratamento médico em Belo Horizonte, onde a bebê nasceu prematura. De acordo com ela, a criança teria agora três meses de idade. No entanto, as autoridades encontraram evidências contraditórias, incluindo parte do cordão umbilical ainda ligado ao corpo da bebê.
O marido da acusada revelou estar completamente alheio ao sequestro, pois acreditava que sua esposa estava grávida. Ele foi convencido por ela, que mostrou imagens de ultrassonografia e disse que daria à luz na capital devido a complicações de saúde relacionadas à pressão alta.
O caso está atualmente sob análise da Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Muriaé, e tramita em segredo de justiça. As autoridades afirmam que estão empenhadas em resolver essa questão complexa da melhor forma possível, sempre priorizando os direitos e o bem-estar da criança envolvida.