Minas Gerais está vivenciando a pior epidemia de dengue de sua história, com mais de 500 mil casos prováveis registrados em todo o estado. Neste cenário preocupante, um grupo merece atenção especial: gestantes e puérperas. Dados do Ministério da Saúde indicam um aumento de 345,2% nos casos de dengue em gestantes nas primeiras seis semanas de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
No Hospital Júlia Kubitschek (HJK), referência municipal para atendimento a gestantes com dengue, chikungunya ou zika, quase 100 pacientes grávidas foram assistidas com suspeita ou confirmação da doença no último mês. As alterações fisiológicas da gravidez podem agravar os quadros da doença, levando a complicações hemorrágicas e acúmulo de líquido em órgãos vitais.
Gestantes e puérperas estão em risco elevado de complicações da dengue, principalmente nas duas primeiras semanas após o parto. Medicações como o ácido acetilsalicílico (AAS) exigem atenção redobrada em seu uso durante a gestação, devido às restrições de medicamentos. A prevenção, por meio do uso de repelentes aprovados pela Anvisa e do uso de roupas que reduzam a exposição ao mosquito Aedes aegypti, é vital, já que a vacina contra a dengue não é indicada para gestantes.
Isabela Carvalho Barcelos, uma gestante que procurou o HJK com sintomas de dengue, relata sua experiência positiva com o atendimento recebido, destacando o cuidado e a atenção dedicados pela equipe médica.
A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) implementou o Plano de Contingência de Enfrentamento à Dengue, preparando suas unidades para responder à demanda epidêmica e oferecer atendimento especializado às gestantes afetadas pela doença.
Este cenário ressalta a importância de medidas preventivas e de conscientização sobre os riscos da dengue, especialmente para gestantes e puérperas, grupos vulneráveis às complicações da doença.