Os transtornos alimentares, suas causas, tratamentos e medidas de prevenção foram temas centrais na audiência pública interativa realizada pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal na quinta-feira, dia 5. A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) esteve representada pelo professor Alexandre de Rezende Pinto, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina, que coordena o Ambulatório de Transtornos Alimentares do Hospital Universitário.
Diversas questões relacionadas a esses transtornos foram abordadas, como a influência negativa das redes sociais, a promoção de dietas milagrosas para emagrecimento e a propagação de padrões de beleza inalcançáveis. O encontro teve como objetivo discutir medidas preventivas e estratégias de tratamento para os transtornos alimentares no Brasil. A iniciativa foi da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e também contou com a participação do senador Humberto Costa (PT-PE).
O professor Alexandre Pinto ressaltou que as causas dos transtornos alimentares são multifatoriais, envolvendo fatores socioculturais, individuais e genéticos. Ele destacou a crescente incidência desses transtornos em idades precoces, especialmente entre mulheres, e mencionou o aumento global dos casos após a pandemia.
Entre as ações sugeridas para enfrentar o problema, o professor mencionou a importância da detecção precoce na atenção primária, do tratamento adequado e da criação de centros especializados com equipes multiprofissionais. Ele também enfatizou a necessidade de aumentar a formação de psiquiatras e de investir em tratamentos, dada a sua complexidade e custo elevado.
“Além disso, é urgente regulamentar as redes sociais para coibir publicações que promovam comportamentos alimentares prejudiciais. Quanto à atuação com crianças e adolescentes, é fundamental promover a saúde, conscientizar sobre a diversidade dos corpos e incentivar hábitos alimentares saudáveis.”
O debate também contou com a participação de representantes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Programa de Tratamento de Transtornos Alimentares do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.
“A audiência pública foi uma oportunidade valiosa para discutir estratégias de prevenção e tratamento dos transtornos alimentares no Brasil, reunindo os principais especialistas do país”, concluiu o professor.
O que são os transtornos alimentares?
Os transtornos alimentares mais comuns incluem anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno de compulsão alimentar. Esses transtornos caracterizam-se por uma alteração persistente na relação do indivíduo com a alimentação, afetando seu corpo e peso, o que pode levar a sérios prejuízos físicos e mentais, causando sofrimento tanto para o paciente quanto para sua família.
Números, causas e como identificar
Estima-se que 8,4% das mulheres e 2,3% dos homens sejam afetados por transtornos alimentares ao longo da vida, com um aumento significativo nos últimos anos, especialmente entre mulheres jovens de 18 a 30 anos. As causas incluem fatores socioculturais, como a preocupação com o peso e a forma corporal; a influência negativa das redes sociais; fatores psicológicos individuais e familiares; dietas restritivas; e predisposição biológica, como genética e histórico familiar.
Os transtornos alimentares são condições psiquiátricas graves que requerem um tratamento prolongado e desafiador, envolvendo uma equipe interdisciplinar. No entanto, a recuperação é possível, e é essencial procurar ajuda ou orientar aqueles que possam estar enfrentando essas dificuldades.
Sinais de alerta para transtornos alimentares:
Insatisfação constante com o peso e o corpo, evitando ambientes como praias e piscinas;
Prática frequente de dietas, especialmente muito restritivas;
Episódios de compulsão alimentar, caracterizados pelo consumo de grandes quantidades de comida em curto período, com sensação de perda de controle;
Comportamentos compensatórios, como indução de vômitos, uso de medicamentos, jejuns prolongados ou excesso de atividade física.
Atendimento no HU-UFJF
Para receber atendimento no HU-UFJF em casos de suspeita de transtorno alimentar, é necessário um encaminhamento prévio de um profissional de saúde pela unidade básica de saúde, para agendamento de acolhimento no ambulatório.
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"Desafios e Soluções no Combate aos Transtornos Alimentares no Brasil"