O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu de forma contundente as recentes declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre planos territoriais e o controle da Faixa de Gaza. Durante uma entrevista a rádios mineiras, Lula classificou as falas de Trump como “bravatas” e destacou a irresponsabilidade de propostas como a anexação de territórios e a realocação forçada de palestinos.
Lula se referiu a falas de Trump, nas quais ele sugeriu a anexação da Groenlândia, a mudança do nome do Golfo do México para "Golfo da América", e até a ocupação do Canal do Panamá. Para o presidente brasileiro, tais afirmações mostram a postura de um líder que, em vez de promover uma diplomacia de paz, prefere criar conflitos sem fundamento:
“Trump se apresenta como um político que vive de bravatas, algo que ele fez durante toda sua campanha. Nenhum país, por mais forte que seja, pode se envolver em disputas constantes com o mundo inteiro”, afirmou Lula.
Além disso, o presidente brasileiro criticou veementemente o plano de Trump de "assumir o controle" da Faixa de Gaza, uma proposta que surgiu após mais de um ano de intensos confrontos entre israelenses e palestinos. Lula declarou que, ao sugerir que os Estados Unidos liderassem a reconstrução de Gaza, Trump estava ignorando o sofrimento do povo palestino, que vive em condições de extrema vulnerabilidade.
“Falar que os EUA vão assumir Gaza é um absurdo. O que aconteceu ali foi um genocídio, e quem fez parte desse processo não pode ser o responsável pela reconstrução. Precisamos de uma abordagem mais sensata e razoável”, completou o presidente.
Na semana anterior, Trump havia defendido, ao lado do premiê israelense Benjamin Netanyahu, um plano para realocar os cerca de 2 milhões de palestinos da região de Gaza para outros países. O plano gerou controvérsia e intensificou as tensões, principalmente com as ameaças de Trump de enviar tropas americanas para a região, caso fosse necessário.
Em relação à política comercial, Lula aproveitou a oportunidade para destacar sua posição sobre tarifas. O presidente brasileiro afirmou que, caso os EUA mantenham sua postura agressiva no comércio internacional, o Brasil irá adotar medidas recíprocas e taxar produtos americanos. Para ele, a regra da reciprocidade deve ser aplicada para garantir uma negociação justa:
“Se Trump continuar elevando tarifas sobre produtos de outros países, como já fez com o Canadá e o México, nós também aplicaremos taxas. O que é justo é que ambos os lados sigam o princípio da igualdade no comércio”, argumentou.
A conversa entre Lula e os jornalistas também abordou a postura de Trump em relação aos países do BRICS. O ex-presidente americano ameaçou com tarifas pesadas os países desse bloco, caso eles não se comprometam a manter o dólar como moeda principal nas transações internacionais. Lula, no entanto, ressaltou a importância de os países seguirem suas próprias políticas econômicas sem se submeterem às pressões externas.
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