As chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul há uma semana podem resultar em uma série de doenças graves, alerta a infectologista Stephanie Scalco. As águas que inundam as cidades, misturadas com esgoto e urina de ratos, podem causar leptospirose, que em casos graves, pode ser fatal. Além disso, a água represada pode levar a surtos de dengue.
As doenças que podem ser contraídas a partir desse contato com a água contaminada incluem hepatite A, gastroenterite viral, gastroenterite bacteriana, leptospirose e parasitoses intestinais. “A água tem excrementos humanos, tem resíduos de fezes humanas e não humanas. Então, tudo que pode ser transmitido por meio de esgoto vai estar presente nessa água”, afirma Scalco.
A chance de contrair uma doença na água está associada a uma série de fatores, como o contato prolongado, ferimentos abertos, ingestão acidental e contato com a boca ou nariz. Os sintomas mais comuns são diarreia, vômito e mal-estar após ingestão, que podem se manifestar depois de 24 horas de exposição.
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A Sociedade Brasileira de Infectologia lançou uma nota conjunta neste domingo (5) recomendando o uso de doxiciclina ou azitromicina para dois grupos expostos às águas da enchente: equipes de socorro e voluntários com exposição à água por tempo prolongado sem equipamentos de proteção individual e pessoas expostas à enchente por longo período, a partir de avaliação médica criteriosa do risco da exposição.
A infectologista Stephanie Scalco alerta que, em razão das enchentes, que deixam água parada, os casos de dengue devem aumentar no estado, em razão da proliferação do mosquito. “Será um desafio para as outras equipes de saúde fazer diagnóstico diante de tantas doenças possíveis. Então, síndrome febril vai entrar no diagnóstico, [podendo ser] dengue, leptospirose, hepatite. Tudo isso vai ser um desafio muito grande para o pós-catástrofe. É uma preocupação das autoridades de saúde também”, diz.
As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde 29 de abril são o maior desastre climático da história do estado, superando uma grande cheia que ocorreu nos anos 40. Segundo a Defesa Civil, há 90 mortos e 132 desaparecidos. Outros quatro óbitos estavam sob investigação. 388 dos 497 municípios do estado registraram algum transtorno, afetando 1,3 milhão de pessoas. 203,8 mil pessoas estão fora de casa – 48,1 mil em abrigos e 155,7 mil desalojadas (nas casas de familiares ou amigos).
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