O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin anunciou neste último semestre, investimentos de R$ 1,5 bilhão na transformação tecnológica de pequenas e médias indústrias, o que vai posicionar estas empresas para a entrada no universo das chamadas “fábricas inteligentes” ou “smart factories”.
A iniciativa integra a nova fase do programa Brasil Mais Produtivo e foi anunciada por Alckmin durante a primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento da Indústria (CNDI), cuja tarefa é construir, até o final do ano, as diretrizes da nova política industrial brasileira.
O programa é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Sebrae e o Senai. Os recursos virão do BNDES, da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), do Sebrae, do Senai e do próprio MDIC, e serão investidos em quatro etapas entre 2023 e 2026, a saber:
1. Plataforma de Produtividade : Previsão de atendimento a 200 mil Micro, Pequenas e Médias Empresas, com acesso a materiais, cursos e ferramentas relativos à produtividade e transformação digital;
2. Diagnóstico e Melhoria de Gestão : 50 mil Micro e Pequenas Empresas, que receberão orientação e acompanhamento contínuo dos Agentes Locais de Inovação do Sebrae para aumento de produtividade.
3. Otimização de Processos Industriais : 30 mil Micro e Pequenas Empresas serão atendidas por consultorias e formação profissional do Senai e soluções do Sebrae.
3.1. Transformação Digital e Smart Factory : 3 mil Micro, Pequenas e Médias Empresas serão atendidas por consultorias e formação profissional do Senai, via recursos do MDIC/ABDI;
4. Transformação Digital: Com financiamentos do BNDES e FINEP, mais de 10 mil empresas serão atendidas pelo Senai, de modo a aplicar transformação digital ou soluções de tecnologias 4.0 para aumento de competividade. Estas atividades habilitarão as empresas brasileiras a participarem do processo de inserção nas cadeias globais de valor.
Produtividade e competitividade
Criado no final do governo Dilma, o Brasil Mais Produtivo nasceu como um programa de consultoria a micro e pequenas empresas, visando aumento de produtividade. O programa é executado pelo Sebrae e pelo Senai. No setor de comércio e serviços, envolve práticas gerenciais e transformação digital; para MPEs industriais, é voltado à reorganização das linhas produtivas e à eficiência energética.
As consultorias buscam eliminar desperdícios, melhorando o layout das empresas, evitando o retrabalho e trabalhando itens como gestão de estoque, posicionamento de materiais, manutenção preventiva e outros.
Nesta nova fase, o programa promoverá a transformação digital para garantir escala, perenidade e sustentabilidade aos negócios industriais.
Agora para 2024, o governo estuda uma renegociação de dívidas para empresas inadimplentes, a exemplo do programa Desenrola Brasil voltado a pessoas endividadas.
Lula vetou a íntegra do projeto que prorrogava a desoneração da folha de pagamentos a 17 setores até 2027. A decisão ocorreu em meio aos esforços do governo para promover ajustes nas contas públicas e cumprir a meta fiscal de déficit zero em 2024.
Para a indústria, Geraldo Alckmin, defendeu a necessidade de inovação e sustentabilidade ambiental da indústria brasileira no Congresso sobre o eixo econômico do Plano Plurianual 2024-2027 (PLN28/23) na Comissão Mista de Orçamento.
O PPA tem três eixos: social, econômico e institucional e serve como uma orientação para a elaboração dos orçamentos anuais.
Alckmin pediu aos parlamentares que votem quatro projetos importantes para a transição energética: o que regulamenta a inserção do hidrogênio na matriz energética (PL 725/22, do Senado), o que trata de combustíveis verdes (PL4516/23), o que trata do mercado regulado de carbono (PL 412/22, do Senado), e o que trata do aproveitamento eólico em alto-mar (PL 576/21, apensado ao (PL1127/18).
O ministro disse que o parque industrial brasileiro está velho e, nos últimos 40 anos, a participação da indústria no Produto Interno Bruto caiu de 22% para 11%.
Alckmin também procurou passar a ideia de que o País está no rumo certo ao praticar um câmbio competitivo, juros em queda e estar prestes a aprovar uma reforma tributária. “O imposto é alto. Não tem como reduzi-lo neste momento, mas ele vai melhorar a eficiência econômica pela reforma tributária. A reforma desonera completamente os investimentos e as exportações. Porque ela acaba com a cumulatividade”.
Secretária do Ministério do Planejamento e Orçamento, Leany Lemos disse que no PPA em análise no Congresso, o eixo econômico está muito voltado para a neoindustrialização e a economia verde, com 35 dos 88 programas. A questão mais votada pela população na consulta pública que ajudou na elaboração do plano foi o enfrentamento às emergências climáticas.
Segundo Anna Flávia de Senna, secretária do Ministério do Meio Ambiente, as metas mais importantes da pasta são justamente a redução da emissão de gases de efeito estufa e do desmatamento da Amazônia. Neste último ponto, a meta é sair de 11.594 Km² em 2022 para menos de 3 mil até 2027.
Representante do Ministério do Desenvolvimento Regional, Marina Almeida destacou os recursos previstos no Novo Plano de Aceleração do Crescimento para revitalização de bacias hidrográficas (R$ 4,3 bilhões) e infraestrutura hídrica (11,3 bilhões).
O deputado Marcelo Queiroz (PP-RJ) questionou por que a política de castração de cães e gatos tem apenas R$ 1,8 milhão no Orçamento de 2024, já que foi uma das mais votadas pela população no PPA. Ele sugeriu corrigir esse ponto, "para respeitar e não desmoralizar um processo que foi aberto para a sociedade, que é o PPA participativo".
Anna Flávia respondeu que o Congresso poderá realmente rever isso, mas que o ministério tem apenas R$ 29 milhões para ações de qualidade ambiental, como reciclagem e logística reversa.
Representantes dos trabalhadores na audiência apoiaram o PPA no geral, mas mostraram preocupação com uma possível perda de empregos com as inovações e a transição energética da economia. Nelson Karam, economista do Dieese, lembrou que um carro elétrico requer apenas dois terços das peças de um carro a gasolina. Ele sugeriu metas de qualificação profissional para que os trabalhadores se adequem às novas exigências do mercado.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Fontes: GOV e Agência Câmara de Notícias
Gostou da matéria? Compartilhe com os amigos!
Acesse o nosso site
Receba notícias da RCWTV no Whatsapp e fique por dentro das principais notícias que movimentam o nosso site! Participe do nosso grupo:
https://chat.whatsapp.com/EeSJvQx8kVA3J3kMmSevMw